Será que a Covid-19 vai provocar um ‘baby boom’ na Suíça?
Com o país em confinamento na primavera para conter a propagação da Covid-19, algumas pessoas previram um aumento na taxa de natalidade e uma possível explosão demográfica. Um jornal suíço aponta para um aumento nos testes de gravidez.
De acordo com o jornal SonntagsBlick, há fortes indicações de que um ‘baby boom’, uma explosão demográfica induzida pelo coronavírus pode estar em andamento.
“Desde o final de fevereiro, temos observado uma onda de testes de gravidez”, disse Frank Marent, gerente da farmácia online McDrogerie.ch ao jornal em 19 de julho.
Por sua vez, o site microspot.ch triplicou suas vendas de testes de gravidez desde o início do ‘lockdown’, em comparação com o mesmo período do ano passado.
E em abril e junho, a rede de supermercados Coop também relatou um alto número de testes de gravidez vendidos em suas filiais e na farmácia Coop Vitality. A rede de farmácias Pura Vita disse ter vendido o dobro de testes entre meados de março e meados de julho do que no ano anterior.
O Sonntagsblick disse que o hospital Zollikerberg de Zurique havia indicado um possível aumento no número de gestações.
“Em nossas horas de consulta, notamos um claro aumento no número de consultas, com mais de 30% de cuidados de gravidez sendo prestados”, disse a médica responsável, Nadja Pauli, ao jornal.
A Sociedade Suíça de Ginecologia e Obstetrícia, por sua vez, foi cautelosa. “Um baby boom só poderá ser determinado com base em números de nascimentos em todo o país”, disse o Secretário Geral Thomas Eggimann.
Estresse e preocupação
No entanto, alguns estudos preliminares não sustentam a possibilidade de um “baby boom” do “lockdown”.
Uma análise de dadosLink externo de uma pesquisa realizada com pessoas entre 18 e 34 anos na França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido descobriu que o efeito da pandemia sobre as intenções de fertilidade era negativo.
E um estudo separadoLink externo dos hábitos sexuais globais realizado pelo Instituto Kinsey de meados de março a meados de maio constatou que quase metade dos entrevistados disse ter tido relações sexuais com menos frequência e desfrutado menos durante a pandemia.
Justin Garcia, pesquisador do Instituto Kinsey da Universidade de Indiana, disse ao jornal Financial Times que ele considerava que não haveria um “baby boom” durante esses dois meses de isolamento social.
“As pessoas relatam índices bastante altos de sentimento de estresse e preocupação, e esses não são estados psicológicos propícios à sexualidade”, disse.
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