Suíça marca presença fora de campo durante a Copa no Brasil
A Copa do Mundo oferece visibilidade não apenas para o Brasil, mas também marcas e até mesmo países. No "Baixo Suíça" aberto em uma área nobre do Rio de Janeiro, o país dos Alpes reúne torcedores e apresenta também suas qualidades. swissinfo.ch esteve por lá.
Além do bom futebol apresentado pelos jogadores de sua equipe nacional de futebol nestes primeiros dias de Copa do Mundo, a Suíça já pode comemorar um bonito gol marcado fora das quatro linhas de jogo. Decidido a fortalecer nos próximos anos sua presença no país que recebe o torneio com maior visibilidade em todo o mundo e também receberá os Jogos Olímpicos em 2016, o governo suíço traça no Brasil um programa de ação que transcende o intercâmbio sociocultural possibilitado pela Copa e passa também pelo apoio a projetos humanitários, por parcerias no campo científico e tecnológico e por uma bem estruturada campanha de comunicação que durará pelos próximos dois anos.
Todas as ações serão coordenadas pela Embaixada da Suíça no Brasil e executadas pela Presença Suíça, que é uma seção do Departamento Federal de Assuntos Estrangeiros dedicada a promover a imagem do país no exterior. Sua divulgação ficará a cargo da plataforma de comunicação “Swissando 2014-2016”, que foi lançada oficialmente no Rio de Janeiro, a dois dias do início da Copa, durante a inauguração do espaço “Baixo Suíço”, que será o ponto de encontro oficial de suíços e simpatizantes durante o torneio de futebol realizado no Brasil.
A Suíça anunciou seu apoio a três projetos sociais que serão executados nas três cidades que recebem jogos da equipe suíça durante a primeira fase da Copa (Brasília, Salvador e Manaus): “Serão três projetos sociais diferentes, mas todos ligados aos Direitos Humanos. Não queremos apenas fazer esporte, mas fazer progredir um país que avança, mas que ainda precisa que o ajudemos um pouco, como é o caso do Brasil”, diz o embaixador Nicolas Bideau, diretor da Presença Suíça.
Em Brasília, a Suíça apoiará o projeto de produção de um filme sobre a história da comunidade Sol Nascente, que será contada a partir do ponto de vista de seus próprios moradores. O filme será produzido por um grupo de 30 jovens carentes da comunidade. Em Salvador, será apoiado um projeto de geração de renda alternativa, a partir da formação em cursos de artesanato e corte e costura, para jovens e mulheres desempregados que habitam bairros carentes.
Em Manaus, o governo suíço passa a apoiar um projeto na área de saúde que existe desde 2010 e tem o objetivo de reduzir em 25% o número de crianças subnutridas em comunidades indígenas da etnia Yanomami. Nos três projetos, a Suíça atua em parceria com as organizações não governamentais R.U.A.S. (Brasília), Junta Pernambues em Ação (Salvador) e Secoya (Manaus).
Baixo Suíço
A fan zone oficial da Suíça durante a Copa do Mundo será o Baixo Suíço, espaço que funcionará no descolado restaurante Palaphita Kitch, situado às margens de um dos principais pontos turísticos do Rio de Janeiro, a Lagoa Rodrigo de Freitas. O espaço estará aberto durante toda a Copa e, em dias de jogos da Suíça, terá atividades culturais e distribuição de prêmios. A culinária suíça também está presente, e o restaurante serve neste período pratos típicos como raclete, rosti e bratwurst, entre outras iguarias.
Apesar do mau tempo, cerca de 300 pessoas participaram da festa de inauguração do Baixo Suíço que, além da convidativa gastronomia, teve atrações musicais suíças, participação da bateria da escola de samba Unidos da Tijuca e distribuição de brindes que incluíam ingressos para os jogos da Suíça, além da presença de autoridades diversas. Uma das atrações foi o cão Rufus, da raça São Bernardo, que voltará ao Baixo Suíço em dias de jogos da equipe suíça.
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Suíça quer reforçar imagem no Brasil durante a Copa
“Iniciamos uma campanha de comunicação da Suíça no Brasil que vai durar os próximos dois anos. Para nós, é muito importante aproveitar essa plataforma neste período de Copa do Mundo e de Jogos Olímpicos para melhor fazer compreender o que é a Suíça. É por isso que fizemos esse espaço do Baixo Suíço, que é uma mistura da Suíça com o Brasil”, diz o embaixador André Regli.
O objetivo do governo suíço, continua o embaixador, é estender e intensificar a presença do país no Brasil até os Jogos Olímpicos: “Nós teremos em 2016 no Rio de Janeiro a Casa da Suíça, assim como fizemos em Londres 2012. Entre os dois eventos, teremos diferentes projetos. A Suíça será muito presente nos próximos dois anos e o Brasil ainda vai falar muito da Suíça”, afirma Regli.
O embaixador lembra que a presença da Suíça se dará também no campo da inovação científica e tecnológica, com a recente inauguração do escritório Swissnex no Rio de Janeiro: “É fundamental ter o Swissnex neste momento. É uma situação vantajosa para o Brasil e a Suíça porque a ciência e a tecnologia são temas que podem nos levar a intensificar as relações bilaterais entre os dois países. O Brasil é muito forte em alguns setores da ciência e tecnologia, e a Suíça também. Graças ao Swissnex, poderemos reunir as experiências dos dois países nesse domínio”.
Samba e carnaval
Entre o futebol e os esportes olímpicos, uma das novidades da Presença Suíça estará relacionada a outras duas paixões da maioria dos brasileiros, o samba e o carnaval: “Nossa ideia é encontrar a cada ano um evento forte. Este ano, temos a Copa e em 2016 os Jogos Olímpicos. Para 2015, estamos procurando um projeto forte e já travamos um primeiro contato com uma importante escola de samba do Rio de Janeiro para saber se ela pode representar a Suíça no carnaval”, adianta Nicolas Bideau.
Embora as autoridades suíças não confirmem, a Unidos da Tijuca, que nos últimos anos venceu por três vezes o disputadíssimo carnaval carioca, já admite que seu enredo em 2015 será sobre a Suíça. Segundo integrantes da escola, o título provisório do enredo é “Um Conto Marcado no Tempo”, que abordará a história da Suíça a partir da tradição do país na indústria relojoeira.
Cônsul geral da Suíça no Rio de Janeiro, Hans-Ülrich Tanner afirma que os brasileiros poderão conhecer melhor “uma Suíça diversa, moderna e urbana, um país que está orgulhoso de suas tradições, mas que ao mesmo tempo possui um olhar para o futuro, um país que nunca fica parado e que tem a capacidade de surpreender”. Já o embaixador André Regli sonha com um momento do congraçamento que seria inesquecível: “Espero que a final da Copa do Mundo seja disputada entre a Suíça e o Brasil”, diz.
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