Tiro em lince acaba na Justiça

Anteriormente extinta na Suíça, a população de linces suíços teve uma recuperação impressionante ao longo dos últimos 40 anos. Keystone / Arno Balzarini

As autoridades cantonais do Valais abriram uma queixa criminal por suspeita de caça ilegal depois que um lince, uma espécie protegida na Suíça, foi descoberto morto a tiros perto de Crans Montana no ano passado.

Um caminhante descobriu o lince morto em outubro passado perto do rio Rho, na região de Crans-Montana. Seu corpo em decomposição foi transferido para o Instituto de Patologia Animal da Universidade de Berna, onde foi realizada uma autópsia.

Um relatório, divulgado em dezembro, revelou “a presença de fragmentos de bala cuja localização e extensão sugerem uma ligação direta com a morte do animal”, disse o cantão em uma declaraçãoLink externo na sexta-feira.

O lince é uma espécie estritamente protegida na Suíça e a caça do animal é considerada um crime.

Na declaração, o serviço de caça, pesca e vida selvagem do Valais (SCPF) e o departamento de segurança condenaram fortemente tais atos e reiteraram que estão combatendo ativamente a caça ilegal de todas as espécies protegidas, incluindo o lince.

O serviço cantonal já havia apresentado uma queixa criminal contra desconhecido em novembro de 2021 pela suposta caça de um lince em Vernayaz, cantão do Valais. O animal havia sido encontrado morto na autoestrada A9 após uma colisão com um veículo, mas havia sido baleado primeiro.

Retorno do lince

Anteriormente extinta na Suíça, a população de linces suíços teve uma recuperação impressionante ao longo dos últimos 40 anos. A população atual é estimada em cerca de 250 animais – consistindo de duas populações principais – uma no noroeste dos Alpes suíços e a outra nas montanhas do Jura.

Acredita-se que o último lince da população original dos Alpes suíços foi morto em 1894, após ter sido caçado até a extinção. Um programa de reintrodução foi lançado há 50 anos para trazer o lince de volta à Suíça.

Pelo menos 14 linces foram transferidos nos anos 70 dos Cárpatos da Europa Oriental para os Alpes suíços, tornando a Suíça um dos primeiros países europeus a endossar uma reintrodução da espécie, bem como a conceder-lhe proteção legal.