Técnicos suíços já estão no Haiti
Depois do violento terremoto no Haiti na tarde de terça-feira, uma primeira equipe suíça de ajuda de urgência chegou ao Haiti, por via terrestre.
O avião em que ela viajava pousou em Santo Domingo, na vizinha República Dominicana, porque o aeroporto de Porto Príncipe estava fechado, segundo Toni Frisch, chefe da divisão de ajuda humanitária da Suíça.
Os seis especialistas suíços chegaram ao Haiti por via terrestre, a partir de Santo Domingo. Uma segunda equipe de técnicos suíços, composta por 18 pessoas, partiu esta manhã também para Santo Domingo. Entre eles estão especialistas em assistência médica de urgência, em atendimento a desabrigados e em abastecimento de água potável.
Outras equipes
Um avião transportando 40 a 50 toneladas de material de ajuda deve partir sexta-feira (15/01). Devido a sérios problemas de logística na região da catástrofe, o ministério das Relações Exteriores (DFAE) renunciou a enviar ao Haiti a Rede Suíça de Salvamento.
“Foi uma decisão difícil”, afirmou a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, diante da imprensa, em Berna, capital suíça. A ministra disse ainda que, até agora, não foram confirmadas vítimas entre os 150 suíços residentes no Haiti.
Toni Frisch, chefe da divisão de ajuda humanitária da Suíça, explicou que os primeiros contatos no Haiti justificam a decisão de não enviar imediatamente a Rede Suíça de Salvamento, com um efetivo entre 60 e 100 pessoas. Para isso, o aeroporto deveria estar 100% operacional.
Outras equipes de salvamento rápido também chegaram ao Haiti a partir da República Dominicana. Membros da Cruz Vermelha, de algumas ONGs e militares começaram a prestar assistência aos sobreviventes. Toda a infraestrutura do país está praticamente destruída, afirmou Toni Frisch, que lamentou não poder dar uma visão do conjunto da situação.
Hoje (14) a secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, falou em Washington de dezenas de milhares de vítimas no Haiti. Ela anulou uma viagem à região do Pacífico Sul para acompanhar a situação do Haiti.
Urgência
O Pentágono (Secretaria de Estado da Defesa dos EUA) anunciou que vai enviar 3.500 soldados ao Haiti.
A Cruz Vermelha Internacional criou um site internet especial (clique no link na coluna à direita) para ajudar as pessoas no Haiti e no estrangeiro a ter notícias de pessoas próximas. Isto porque as comunicações com Porto Príncipe continuam muito difíceis.
Por não terem para onde ir ou por medo de um novo terremoto, centenas de milhares de pessoas passam o dia e a noite nas ruas. A principal avenida de Porto Príncipe está repleta de pessoas, segundo relatos de jornalistas que chegaram à capital haitiana.
O próprio presidente haitiano, René Préval, disse a uma emissora de rádio francesa que não tinha para onde ir porque sua casa e o palácio presidencial ruíram. O primeiro-ministro do Haiti falou em “bem mais de 100 mil mortos”.
“Alimentos, remédios e água potável são de importância vital em um território onde falta tudo e em que nenhuma infraestrutura funciona depois do terremoto”, afirma o Programa Alimentar Mundial (PAM) da Organização das Nações Unidas.
swissinfo.ch com agências
A República do Haiti é um país das Grandes Antilhas.
Ela ocupa a parte ocidental da ilha Hispaniola (28 mil Km2).
Na parte oriental da ilha está a República Dominicana.
A capital do Haiti é Porto Príncipe.
População : mais de 9 milhões de habitantes.
80% dos haitianos vivem abaixo do nível de pobreza e mais de 50% na miséria total.
Em 2008, quatro ciclones provocaram 800 mortos no país e enormes danos matérias nas estradas e no setor agrícola.
A Rede da Bondade, órgão de coleta de fundos da rádio e televisão suíça ( SSR idée suisse), que financia vários projetos no Haiti, abriu uma conta em favor das vítimas do terremoto.
A organização pretende, com ajuda de seus parceiros suíços de ajuda humanitária, pretende reforçar a ajudar de urgência à reconstrução.
As doações pode ser feitas através da conta postal l10-15000-6 com a menção «Haiti», ou via Internet.
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