Suíça se prepara para restaurar relógio destruído em Brasília
O fabricante de relógios Audemars Piguet ofereceu ajuda e a Suíça prepara uma missão ao Brasil para consertar a peça histórica.
Com uma experiência de mais de 140 anos, o fabricante suíço de relógios de luxo Audemars Piguet ofereceu seu know-how para consertar o relógio histórico do Palácio do Planalto.
A peça do século XVII ficava exposta no Palácio do Planalto, em Brasília, e foi destruída durante os atos golpistas de 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.
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A Embaixada da Suíça em Brasília vai organizar a missão para proteger o patrimônio histórico e artístico, segundo o embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, em declaração à rádio pública suíça RTS.
Peça histórica
O relógio de pêndulo foi feito pelo francês Balthazar Martinot, considerado um dos relojoeiros mais famosos da Europa do seu tempo.
O relógio teria sido oferecido pela corte francesa como presente de casamento ao Infante José, Príncipe do Brasil e futuro Rei de Portugal. José I de Portugal era afilhado do rei Luís XIV da França e avô do rei Dom João VI, que levou a peça relojoeira em sua mudança súbita ao Brasil em 1807.
Considerado extremamente raro e de valor inestimável, a destruição do relógio durante a invasão da Praça dos Três Poderes em 8 de janeiro foi, assim, a cereja em cima de um bolo recheado de ódio e ignorância. Neste contexto, Audemars Piguet explica que oferecer o know-how de seus artesãos lhe pareceu natural, dada a emoção sentida diante da violência dos acontecimentos.
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Operação complexa
Esse sentimento é compartilhado pelo embaixador suíço em Brasília Pietro Lazzeri: “Esta missão de proteger o patrimônio histórico e artístico é um elemento emblemático da amizade entre a Suíça e o Brasil”, disse ele à rádio pública suíça RTS.
Um longo trabalho deve começar em breve, explicou Lazzeri. “Fomos contatados por Audemars Piguet, que pretende contribuir para a restauração do relógio. O próximo passo será a criação de uma equipe de especialistas da Suíça que virá ao Brasil para avaliar os danos. Precisamos de uma equipe multidisciplinar para trabalhar nesta operação complexa”.
Dezenas de obras de arte vandalizadas em 8 de janeiro precisam ser restauradas. O Brasil deve solicitar assistência internacional para algumas das peças. Por enquanto, somente a Suíça se ofereceu espontaneamente para ajudar.
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