Voto eletrônico é prioridade para suíços do estrangeiro
O governo federal e cantonais devem oferecer "um sistema de votação eletrônica confiável, confiável e financeiramente viável": essa foi a principal exigência do Conselho dos Suíços no Estrangeiro, reunidos em Montreux no final de semanaLink externo. Seus representantes ressaltam que essa é a única forma para permitir que a maioria dos expatriados suíços exerçam seus direitos políticos.
O dia em que ocorrem as eleições federais na Suíça, 20 de outubro de 2019, poderia ser marcado pela introdução geral do voto através da internet. O governo suíço havia estabelecido o objetivo de introduzir o voto eletrônico em dois terços dos cantões até essa data. Porém o plano foi suspenso devido a diversos problemas técnicos e de segurança. A decisão foi um verdadeiro choque para os suíços no exterior.
Impedir um novo fiasco
Profundamente decepcionado, mas determinado, os suíços do estrangeiro que representam seus concidadãos no Conselho dos Suíços do Estrangeiro (CSE) demonstraram insatisfação com a desistência do voto eletrônico. Reunidos na última sexta-feira (16.08) em Montreux, o chamado “Parlamento da Quinta Suíça” aprovou uma resolução em que solicita ao governo federal e cantonais que tomem medidas imediatas para garantir que o fiasco deste ano não se repita nas eleições de 2023.
Pelo contrário, um sistema de votação eletrônica deve estar disponível dentro deste prazo, como ressalta o texto adotado pelos 98 delegados do CSE por uma maioria muito ampla e apenas um voto contrário.
Durante o debate, os delegados salientaram que a segurança e a confidencialidade da votação on-line também devem estar garantidas para os suíços do estrangeiro. Eles estão convencidos de que, graças à longa experiência adquirida nos últimos anos com sucessivos testes realizados em vários cantões, o governo estaria aparelhado para desenvolver sistemas de voto online mais seguro.
A recomendação do conselho é de que o governo e os fornecedores dos sistemas concentrem esforços. Concretamente, sugerem que o código do programa utilizado para votações eletrônicos em Genebra seja aperfeiçoado e melhorado com ajuda da comunidade científica.
“Problema político”
O problema não é de natureza técnica, mas de natureza política, enfatizou o deputado-federal Carlo Sommaruga (Partido Socialdemocrata). Tal como o político, outros delegados presentes também concordaram a Organização Suíça no Estrangeiro (OSA) deva realizar uma campanha para atingir partidos e parlamentares suíços, a fim de os sensibilizar sobre o que está em jogo.
A mensagem seria explicar que os direitos políticos dos suíços do estrangeiro estariam prejudicados sem a possibilidade de votar através da internet já que os correios em seus respectivos países de residência muitas vezes não conseguem entregar o material eleitoral em tempo certo para permitir que os suíços participem das votações e plebiscitos.
Uma pesquisa realizada pelo Centro para Democracia em AarauLink externo (ZDA, na sigla em alemão) mostrou que 71% dos eleitores suíços são a favor do voto eletrônico, declarou Franz Muheim, membro da presidência do CSE. “Se esses sistemas forem desenvolvidos inteiramente na Suíça, poderiam ser uma imensa oportunidade para o país”, acrescentou Vincent Croset, representante dos suíços do estrangeiro na Grã-Bretanha.
Ministro em Montreux
Ao participar no sábado (17.08) do 97º Congresso dos Suíços do Estrangeiro, o ministro suíço das Relações Exteriores, Ignazio CassisLink externo, declarou no seu discurso que “os primeiros e mais importantes embaixadores” dos interesses suíços no exterior são os representantes da chamada 5ª Suíça.
“Devemos levar a nossa identificação com a Suíça ao mundo de uma forma confiante e respeitosa. Devemos desempenhar um papel ativo no desenvolvimento desse novo mundo globalizado”, afirmou Cassis, referindo-se à sua “Visão de Política Externa 2028Link externo“, a nova diretriz do governo, recém-apresentada.
Além disso, o ministro das Relações Exteriores também anunciou que o governo realiza atualmente uma pesquisa de opinião sobre os serviços consularesLink externo. “Queremos ouvir dos suíços do estrangeiro o que pensam e necessitam”.
Cassis também abordou as preocupações específicas da comunidade internacional. Ele prometeu que o governo federal e os cantões terão uma definição sobre o futuro do voto eletrônico até o final de 2020.
(Fonte: Agência de Notícias da Suíça – SDA)
Adaptação: Alexander Thoele
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