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Suíços do estrangeiro apoiaram limitação de custos de saúde

Pessoa escrevendo em cédula eleitoral.
Keystone / Christian Beutler

Embora a maioria dos eleitores tenha rejeitado a proposta, quase 51% dos suíços residentes no exterior aprovaram o projeto de lei do Partido Socialista de reduzir o valor do seguro de saúde obrigatório. Nas outras três questões, os emigrantes votaram de acordo com o resto do país, apoiando ainda mais fortemente a Lei da Eletricidade.

A iniciativa do PS, que pedia que as taxas do seguro de saúde obrigatório fossem limitadas a 10% da renda familiar, foi claramente rejeitada no plebiscito de domingo, com 55,5% dos eleitores votando “não”.

Entretanto, entre os suíços do exterior (ou pelo menos aqueles vinculados aos 12 cantões para os quais há estatísticas detalhadas disponíveis), o “sim” venceu por pouco, com 50,9%, representando uma vantagem de pouco mais de 600 votos.

Esse resultado estava de acordo com as previsões das pesquisas do instituto Gfs.bern, que mostravam que os suíços do exterior eram ligeiramente mais favoráveis ao projeto de lei do que seus compatriotas no país (53% dos entrevistados ainda o apoiavam dez dias antes da votação), embora a oposição tenha crescido fortemente entre a diáspora no decorrer da campanha.

Como Martina Mousson, do Gfs.bern, apontou na época: “Os suíços do exterior não pagam, em princípio, o seguro de saúde na Suíça. Portanto, não se beneficiariam de um limite nas mensalidades.”

A maior aprovação demonstrada pelos emigrantes pode ser explicada pelo fato de que eles tendem a votar um pouco mais à esquerda do que seus concidadãos no país, mas também porque a questão do financiamento da medida, o principal fator de ceticismo, não os teria preocupado.

Os suíços do exterior tinham um posicionamento mais solidário às pessoas de baixa renda do que seus concidadãos, como mostra nossa análise abaixo:

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De acordo com Urs Bieri (Gfs.bern), no entanto, não há uma divisão clara. “Não há um claro ‘sim’ dos suíços do exterior contra um claro ‘não’ dentro do país”, disse ele logo após o anúncio dos resultados. “Há uma diferença, mas não é decisiva.”

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Não houve diferença, no entanto, quando se tratou do projeto de lei do Partido do Centro (PC) que pedia a introdução de um freio de custo, que foi rejeitado nas mesmas proporções pelos suíços do exterior e pelo país como um todo.

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Na última pesquisa antes da votação, a diáspora fez uma declaração de apoio à proposta, com 50% dos votos a favor, mas, como no caso do projeto do PS, a tendência foi o aumento do voto negativo.

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Lei da Eletricidade é aprovada

A Lei da Eletricidade foi aprovada nas urnas no domingo sem dificuldade ou surpresa, e o mesmo se aplica à chamada “Quinta Suíça”, a comunidade de emigrantes suíços no exterior.

A reforma, projetada para impulsionar o desenvolvimento de energias renováveis e garantir o fornecimento de eletricidade, obteve até mesmo um voto favorável de 7,5 pontos percentuais (quase 18.700 votos) dos emigrantes.

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Houve um amplo consenso social a favor da reforma e, durante toda a campanha, os suíços do exterior apoiaram a lei nas mesmas proporções que a população como um todo.

Por fim, os expatriados rejeitaram a iniciativa “Fim da vacinação compulsória” como a maioria dos eleitores no país, o que não foi uma surpresa: as pesquisas de opinião já mostravam antes do plebiscito que o projeto não contava com apoio popular.

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Os plebiscitos do domingo passado (09/06), portanto, não mudaram a “norma” em termos de como os suíços do exterior votam, já que eles confiam mais nas recomendações do governo federal. Fora da Suíça, o eleitorado tende a rejeitar iniciativas populares ou a aprová-las por uma pequena margem.

Baixo comparecimento às urnas

Nos 12 distritos eleitorais dos suíços do exterior, cerca de 36.400 votaram do total de 156.500 eleitores registrados, resultando em uma taxa de participação de 23,3%, abaixo da média de 26% observada nas votações federais nos últimos cinco anos.

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Esse modesto comparecimento não é surpreendente, visto que as quatro questões submetidas à votação diziam respeito a assuntos domésticos que teriam pouco ou nenhum impacto na vida dos emigrantes suíços.

O comparecimento também foi relativamente baixo em nível nacional, pouco mais de 45%, em comparação com uma média de 50% nos últimos cinco anos.

Adaptação: Alexander Thoele

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