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Suposto testa-de-ferro de Maduro teria operado com políticos de Colômbia e Equador

Manifestação de apoio ao colombiano Alex Saab, um empresário próximo ao governo da Venezuela, em Caracas, 17 de outubro de 2021, no dia seguinte à sua extradição do Cabo Verde aos EUA afp_tickers

O colombiano Alex Saab, suposto testa-de-ferro do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, liderou uma “operação transnacional de lavagem de dinheiro”, que envolve políticos de Venezuela, Equador e Colômbia, afirmaram congressistas equatorianos em uma investigação compartilhada com Bogotá.

Fernando Villavicencio, presidente da comissão de fiscalização do Congresso do Equador, viajou a Bogotá e entregou nesta terça-feira ao presidente Iván Duque um relatório de 125 páginas sobre a suposta trama de corrupção orquestrada por Saab, que está detido nos Estados Unidos.

A comissão “nos fez uma exposição clara, detalhada, certeira”, que atinge “pessoas próximas a governos de vários países, incluindo o regime ditatorial da Venezuela, governos anteriores no caso do Equador, e também políticos colombianos e pessoas que têm estado vinculadas à contratação estatal”, declarou Duque sem identificar os envolvidos.

Saab, de 49 anos, foi detido em junho de 2020 durante uma escala em Cabo Verde e extraditado em outubro a pedido da justiça americana, que o considera um testa-de-ferro de Maduro.

O congressista Villavicencio, opositor do ex-presidente equatoriano Rafael Correa, disse ter “uma prova irrefutável” sobre uma viagem da ex-senadora colombiana Piedad Córdoba em um avião particular de Saab.

“Há evidência suficiente que põe a senhora Piedad Córdoba em uma relação próxima com Alex Saab e o palácio de Miraflores, refiro-me ao governo chavista”, detalhou Villavicencio.

Córdoba negou as acusações no Twitter: “Preparo processo judicial contra esse miserável”, advertiu.

A procuradoria americana considera que Saab e seu sócio, o foragido colombiano Álvaro Pulido, receberam cerca de 350 milhões de dólares, obtidos ilegalmente na Venezuela para lavá-los nos Estados Unidos.

Segundo a acusação, foi criada uma rede de propinas por meio de um contrato assinado com o governo venezuelano em novembro de 2011 para construir moradias destinadas a pessoas de baixa renda.

“Também se estabelecem vínculos com empresários que se prestaram a ter operações como testa-de-ferro e lavagem de dinheiro e foram receptores de fraudes fiscais em vários países através de contas registradas em paraísos fiscais”, acrescentou Duque.

Segundo a exposição de Villavicencio, a fraude nas reservas monetárias do Equador foi de 2,697 bilhões de dólares.

Saab é acusado de conspiração para lavar dinheiro, crime passível de punição com até 20 anos de prisão nos Estados Unidos. O empresário se declara inocente dos crimes atribuídos a ele.

Sua extradição irritou o governo de Maduro, que deu a nacionalidade venezuelana ao colombiano e título de embaixador, ao mesmo tempo em que lutou sem sucesso para evitar que fosse levado aos Estados Unidos.

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