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Suspeito confessa participação no assassinato de Marielle Franco

Ministro da Justiça, Flávio Dino, fala sobre as investigações do assassinato de Marielle Franco, em coletiva de imprensa, em Brasília, em 24 de julho de 2023 afp_tickers

Um dos suspeitos do assassinato da ativista e vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, confessou sua participação no crime após chegar a um acordo com as autoridades, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), nesta segunda-feira (24).

Negra, defensora das minorias, crítica da polícia e nascida no Complexo da Maré, Marielle foi assassinada a tiros ao lado de seu motorista, Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, quando tinha 38 anos.

Nos últimos meses, as autoridades conseguiram “novas provas” que confirmam a participação das pessoas presas pela investigação no crime, os ex-policiais Ronnie Lessa e Elcio de Queiroz, disse Dino, em coletiva de imprensa, em Brasília.

“Em razão dessas provas colhidas, nós tivemos a delação, a colaboração premiada do Elcio. Nessa colaboração premiada, ele confirma sua própria participação, confirma a participação de Ronnie Lessa”, disse o ministro.

Acusados respectivamente de efetuar os disparos e dirigir o carro no qual perseguiram a vereadora na saída de uma reunião de trabalho, Lessa e Queiroz foram presos em março de 2019 e permanecem atrás das grades à espera de julgamento.

A delação de Queiroz levou a Polícia Federal a prender, nesta segunda-feira, no Rio de Janeiro, outro suspeito, o ex-bombeiro Maxwell Simões Correa. Além da prisão dele, sete ordens de busca e apreensão foram cumpridas no Rio.

O ex-bombeiro teve um papel na “vigilância” de Marielle e depois no encobrimento do assassinato, disse Dino.

O ministro afirmou que a delação do ex-policial fecha uma fase inicial da investigação relativa à execução do crime e destacou sua “esperança” de que os novos elementos “conduzirão aos mandantes”.

Segundo Dino, existe um vínculo “forte” entre esse assassinato e a “atuação das milícias” do Rio.

Militante do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Marielle defendia com firmeza os direitos dos jovens negros, das mulheres, da comunidade LGBTQIA+ e era muito crítica à violência policial nas favelas do Rio.

Foi a quinta vereadora mais votada da capital nas eleições municipais de 2016, com mais de 46 mil votos e inspirou inúmeras candidaturas de mulheres negras a nível municipal, estadual e federal.

Sua irmã, Anielle Franco, é ministra da Igualdade Racial do atual governo Lula.

“Reafirmo minha confiança na condução da investigação pela PF e repito a pergunta que faço há 5 anos: quem mandou matar Marielle e por quê?”, disse a ministra em sua conta no Twitter.

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