Suspeito de tentativa de assassinato de Trump deixou carta com seus planos
O suspeito de ter planejado matar Donald Trump na Flórida deixou seus planos por escrito, informou nesta segunda-feira (23) a Promotoria, que quer que ele seja julgado por “tentativa de assassinato” do ex-presidente republicano.
Ryan Routh, de 58 anos, foi detido em 15 de setembro após fugir quando agentes do Serviço Secreto o encontraram armado, perto do campo de golfe na Flórida (sudeste), onde o candidato presidencial jogava.
Até o momento, ele era acusado de posse ilegal de arma devido aos antecedentes criminais e de posse de uma arma com o número de série raspado.
“As acusações apresentadas contra o assassino maníaco são um puxão de orelha”, afirmou Trump em um comunicado no qual acusa o Departamento de Justiça e a polícia federal dos EUA (FBI) de perseguição.
A Promotoria afirmou nesta segunda-feira que pedirá que Routh seja processado por “tentativa de assassinato” contra o ex-presidente dos Estados Unidos.
Entre os elementos contra Routh está uma caixa que ele deixou há vários meses na casa de um conhecido. Ela continha uma carta manuscrita dirigida “ao mundo” na qual se lê: “Isso foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas eu falhei”, segundo os documentos revelados pela Promotoria.
“Fiz tudo o que pude e dei tudo de mim. Agora depende de vocês terminar o trabalho, e oferecerei 150 mil dólares [R$ 830 mil] a quem puder concluí-lo”, acrescenta.
Ele acusa o ex-presidente de ter provocado o caos no Oriente Médio ao acabar, em 2018 ,com acordo internacional das grandes potências com o Irã sobre o programa nuclear da república islâmica.
A caixa também continha munição, um tubo de metal e quatro telefones, segundo o Ministério Público.
O candidato republicano às eleições presidenciais de novembro pede que o caso seja julgado pelas autoridades da Flórida, e não pelas federais, que ele considera manipuladas por sua rival democrata, a vice-presidente Kamala Harris.
O suspeito permanecerá detido, determinou nesta segunda-feira um juiz do tribunal de West Palm Beach.
Em um livro autoeditado sobre a guerra na Ucrânia publicado em fevereiro de 2023, Routh escreveu: “Você é livre, como eu, para assassinar Trump por seu erro e o desmantelamento do acordo” com o Irã.
Também lamentou que “ninguém nos Estados Unidos parecer ter a coragem para fazer a seleção natural funcionar ou, até mesmo, a não natural”.
Segundo uma análise do FBI, a Polícia Federal americana, sobre os telefones do suspeito, Routh se encontrava em West Palm Beach, na Flórida, desde 18 de agosto. Seus dispositivos foram localizados perto do campo de golfe de Trump e de sua residência em Mar-a-Lago várias vezes entre essa data e 15 de setembro.
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