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Russas tomam palco de brasileiras

11% das dançarinas de boate vem da República Dominicana e do Brasil. Keystone

Cada vez mais mulheres da Europa do Leste vêm para a Suíça trabalhar como dançarinas de boates. Elas tomam o lugar que antes pertencia às latino-americanas.

Desde o início do ano estão em vigor as novas regras para o visto “L”, o visto para “dançarinas”.

Marianne Schetenleib admite: ao negociar com representantes do governo e dos empresários da noite um contrato de trabalho para dançarinas de boate, ela só queria colocar um pouco de ordem num mercado considerado “totalmente irregular”. “É necessário se engajar por essas mulheres, pois senão elas estariam entregues a si próprias”, explica a coordenadora do Centro de Informações para Mulheres da África, Ásia, América Latina e Europa Oriental (FIZ).

O resultado da sua atuação acaba de se tornar lei. Desde o início do ano, dançarinas de boates devem trabalhar 23 dias, ao invés de 26 (sendo que a lei do trabalho prescreve 21). “Esse é um compromisso para que o salário delas não fossem reduzidos”.

Assistência médica

A nova lei prevê também que as dançarinas da noite têm direito a uma visita médica preventiva, paga pelo empregador, além de compensações pelo trabalho noturno. Também, dependendo do cantão onde se trabalha, elas têm direito a uma renda mínima. O acordo prevê também a utilização da imagem para fins publicitários.

Ucranianas em primeiro lugar

Ucranianas, romenas, dominicanas, russas, marroquinas e brasileiras. Em ordem decrescente, essa é a lista de mulheres que têm solicitam o visto “L” de dançarinas de boate nas representações diplomáticas suíças. As diferentes nacionalidades das “profissionais da noite” refletem um fenômeno observado no mercado do sexo na Suíça: nos últimos dez anos, mulheres vindas dos países do leste europeu estão tomando o lugar das latino-americanas e asiáticas, grupos que antes detinham quase um monopólio nos palcos das discotecas e boates de strip-tease.

As estatísticas revelam esse desenvolvimento. Em 1990, seiscentas mulheres receberam um visto “L”. Dessas, 426 vinham de países da América Latina, 108 eram asiáticas e 60 vinham do leste europeu.

Em 1994, 1.156 vistos “L” foram autorizados pelos funcionários consulares. Desse grupo, 808 dançarinas eram latino-americanas, 559 vinham da Europa do leste e apenas 154 asiáticas.

As últimas estatísticas, realizadas até abril de 2003 pelo Departamento Federal da Imigração, mostram que 955 vistos “L” foram entregues para mulheres do leste europeu, 177 para mulheres da República Dominicana e 74 brasileiras.

swissinfo, Ariane Gibon e Patricia Islas Züttel
tradução de Alexander Thoele

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