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A bola volta a rolar nos gramados suíços

Torcida do FC Basileia quer repetir a festa do título nesta temporada. Keystone

Apenas seis dias após a final da Copa do Mundo e dois meses depois da "finalíssima" da temporada passada, a bola voltou a rolar neste sábado (17/7) no campeonato nacional suíço, a Super Liga.

O FC Basileia, vencedor da Copa Suíça e da Liga passadas, tenta defender o título, enquanto o Young Boys de Berna, o Grasshopper (com o reforço do brasileiro Silas Brindeiro), o FC Zurique e o Lucerna também têm ambições de erguer a taça.

Nenhuma grande liga de futebol da Europa reabre as portas de seus estádios antes de meados de agosto. A Suíça é uma exceção. Até meados de dezembro, serão disputadas três rodadas da Copa Suíça e 18 da Super Liga – o primeiro turno do certame 2010/2011.

Os dois primeiros jogos da primeira rodada, neste sábado, terminaram empatados. O Young Boys der Berna marcou o 1 a 1 em Thun nos acréscimos e escapou de um vexame. E o Grasshopper não passou de um empate pelo mesmo placar em casa contra o Xamax de Neuchâtel. O melhor jogador do Grasshopper foi o estreante goleiro König.

Apesar da curta pausa de verão, as oito equipes da primeira divisão mudaram a cara. O artilheiro do certame passado, o marfinense Seydou Doumbia trocou o Young Boys (YB) pelo CSKA Moscou. O FC Zurique (FCZ) perdeu o veterano zagueiro e capitão Hannu Tihinen e o FC St.Gallen não tem mais Marc Zellweger, que foi atacante, meio-campista, zagueiro e até goleiro da equipe.

Enquanto isso, dois jogadores deixaram a Bundesliga alemã para retornar à Suíça: Christoph Spycher, do Eintracht Frankfurt para o Young Boys, e Daniel Gygax, de Nurembergue para Lucerna. Até 31 de agosto ainda poderão ocorrer mais transferências.

FC Basileia favorito ao título

Campeão da última Copa Suíça e da Super Liga, o FC Basileia (FCB) não fez grandes mudanças e logicamente é favorito à defesa do título. No meio-campo, Gilles Yapi, comprado do rival Young Boys, deve armar as jogadas para os atacantes Alex Frei, Marco Streller e Valentin Stocker.

A equipe, que já venceu 13 vezes o campeonato nacional e 10 vezes a Copa Suíça, está bem entrosada. No máximo poderá ter algum problema ao disputar simultaneamente dois torneios nacionais mais a Liga dos Campeões da Europa. Na terceira rodada de classificação, vai enfrentar o Debrecen (da Hungria) ou o Levadia Tallinn (da Esvolênia).

O Young Boys buscou quatro reforços para compensar as saídas de Yapi e Doumbia e quer recuperar logo a coesão que tinha no começo da temporada passada, quando “desperdiçou” o título nas rodadas finais.

O time da capital suíça quer superar a imagem de perdedor de partidas decisivas que ganhou nos últimos anos, apesar de ter uma respeitável coleção de títulos: foi 11 vezes campeão suíço (a última vez em 1986), 16 vezes vice, venceu seis finais da Copa Suíça e perdeu sete.

O “eterno vice-campeão” tem este ano também a difícil missão de enfrentar o Fenerbahce Istambul na fase de classificação para a Liga dos Campeões.

Jorge Teixeira no FCZ e Silas Brindeiro no Grasshopers

Na última temporada, o FC Zurique não aguentou a carga adicional de disputar a Liga dos Campeões, enterrou cedo o sonho de defesa do título na Super Liga e despediu o técnico Bernard Challandes. Seu sucessor, Urs Fischer, quer levar a equipe de volta a um torneio europeu.

Para substituir o capitão Tihinen, contratou por 1,2 milhão de euros o português Jorge Filipe Avelino Teixeira, que jogava no Maccabi Haifa, de Israel. O tunisiano Chaker Zouaghi completa a nova zaga central.

Já o Grasshopper de Zurique é considerado o perdedor no mercado de transferências, por ter vendido vários jogadores importantes, como Nassim Ben Khalifa (revelação da Copa do Mundo Sub-17 em 2009), Rolf Feltscher, Senad Lulic, Gonzalo Zarate e o goleiro Yann Sommer.

O técnico Ciriaco Sforza não dramatiza a situação e quer compensar as saídas com novas pratas da casa. Ele espera muito também o atacante brasileiro Silas Brindeiro. Nascido em Santarém (PA), Brindeiro jogou nos clubes brasileiros Mogi Mirim, Sete de Setembro, Petrolina, Afogadense, Vera Cruz e no português Trofense, onde marcou 12 gols na temporada passada.

Pouca substância no St. Gallen, Thun e Bellinzona

Dos outros quatro times da Super Liga, apenas o FC Lucerna, quarto colocado na temporada 2009/2010, têm condições reais para chegar entre os primeiros. A equipe foi reforçada pelo atacante Daniel Gygax, o meia austríaco Thomas Prager e pelo zagueiro sueco Benjamin Kibebe. E vai disputar uma vaga à Liga da Europa contra o FC Utrecht, da Bélgica.

O Thun, que acaba de subir da segunda divisão (Challenge League), e o St.Gallen, em seu segundo ano na primeira, são incógnitas. Devido aos plantéis relativamente fracos, os dois são considerados candidatos a uma luta permanente contra o rebaixamento – se não houver surpresas.

Muitas mudanças ocorreram na suíça francesa, onde o Xamax e o Sion trocaram quase a metade de seus jogadores. No Valais, o mais interessante será ver até quando Bernard Challandes aguentará no banco – nenhum outro clube suíço troca tanto de técnico como o Sion.

Uma tarefa difícil tem também o técnico Roberto Morinini, do Bellinzona, única equipe da suíça italiana (sul). Desprezado pelos fãs e apoiado apenas pelo presidente, ele está condenado a começar bem a temporada. Cinco jogadores foram embora, oito novos vieram e a meta é apenas continuar na primeira divisão.

O rico e os pobres

Na última década, o campeonato suíço de futebol tornou-se mais atraente. Na temporada passada, registrou um recorde de 1.990.643 torcedores nos estádios – em média, 11.059 em cada uma das 180 partidas.

Mas, em termos financeiros e de qualidade do futebol, a Super Liga ainda está longe do nível de campeonatos nacionais como os da Alemanha, Inglaterra, Espanha ou Itália. Além disso, enfrenta o incômodo problema dos hooligans, que onera os cofres públicos e os caixas dos clubes.

A temporada 2009/2010 foi marcada pela disputa acirrada pelo título entre Young Boys e o Basileia, que venceu na reta final e agora será “caçado” pelos outros sete – todos com orçamentos bastante modestos.

O Basileira bate de longe os concorrentes em valor de mercado, com um plantel avaliado em 54,5 milhões de francos contra 35,5 do YB e 32,5 FCZ. Sion (19,5 milhões), Lucerna (19), Grasshoppers (18), Xamax (16) e St. Gallen (14,5 milhões) formam o meio-campo. Bellinzona (12) e Thun (9,1 milhões) são os pobres da Super Liga.

Segundo o portal transfermarkt.de, Alex Frei, do Basileia, é o jogador mais caro do campeonato suíço: vale 8,6 milhões de francos, quase tanto quanto toda a equipe do Thun. Na sequência, vêm Xherdan Shaqiri (5,8 milhões), Valentin Stocker (5), Franco Costanzo (4,3) e Marco Streller (4,3) – todos também do Basileia.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

2010: FC Basileia
2009: FC Zurique
2008: FC Basileia
2007: FC Zurique
2006: FC Zurique
2005: FC Basileia
2004: FC Basileia
2003: Grasshopper Zurique
2002: FC Basileia
2001: Grasshopper Zurique
2000: FC St. Gallen

O recordista de títulos é o Grasshopper, 19 vezes campeão, seguido pelo FC Basileia (13) e o Young Boys (11).

A classificação final do campeonato suíço de futebol 2009/2010 (pontos após 36 rodas):

1. FC Basileia (80)
2. Young Boys (77)
3. Grasshopper Zurique (65)
4. Lucerna (58)
5. FC Sion (51)
6. St. Gallen (46)
7. FC Zurique (45)
8. Neuchâtel Xamax (41)
9. Bellinzona (25)
10. Aarau (23)

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