Calmy-Rey retorna do Oriente Médio
A ministra suíça das Relações Exteriores conseguiu receber apoio dos países visitados no Oriente Médio para a realização de um conferência diplomática sobre os símbolos da Cruz Vermelha.
Micheline Calmy-Rey encerrou na segunda-feira (31.10) no Líbano sua visita de três dias à região. No fim-de-semana ela havia feito escala no Egito, Israel e Cisjordânia.
A viagem de três dias permitiu à ministra suíça das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, de “multiplicar os contatos e se informar”, como explicou seu porta-voz. Ela encontrou diversas autoridades do Oriente Médio como o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e o presidente palestino Mahmoud Abbas.
Símbolos
A criação de um símbolo adicional para o Movimento da Cruz Vermelha foi um dos temas discutidos nos encontros internacionais.
– Estou convencida de que meus interlocutores partilham da aspiração suíça de encontrar uma solução que agrade a todos”, afirmou Micheline Calmy-Rey durante sua estadia em Israel.
A adoção de um novo emblema permitiria à organização de socorro israelense Magen David Adom (MDA) de se integrar ao Movimento da Cruz Vermelha. A única razão pela sua não participação está no fato do seu símbolo, a estrela de Davi, não ser reconhecida.
O novo emblema, que estaria ao lado da cruz e da meia-lua vermelhas, seria um “cristal vermelho”. Como país depositário das Convenções de Genebra, a Suíça foi solicitada em setembro à organizar até o final do ano uma conferência diplomática, que deve decidir a introdução desse terceiro emblema.
Evitar uma derrota
A diplomacia helvética não irá poupar esforços para evitar o fracasso de outubro de 2000. Nesse mês, a Suíça foi obrigada a adiar a conferência de 189 países membros das Convenções de Genebra devido à Intifada.
Na sua viagem de três dias pelo Oriente Médio, Calmy-Rey tentou encontrar uma saída ao dilema. Segundo alguns observadores, o apoio de países árabes, em particular da Palestina, será fundamental para o sucesso das negociações com vista a adoção de um novo emblema.
Em Genebra, durante as discussões preparatórias em setembro, alguns países árabes desejaram ver progressos reais no processo de paz após a retirada de Israel dos territórios ocupados na Faixa de Gaza.
Assassinato de Rafic Hariri
Outra etapa da viagem ao Oriente Médio, levou a ministra das Relações Exteriores ao Líbano, onde ela encontrou o primeiro-ministro Fouad Siniora. A visita ocorreu no mesmo momento em que a Síria era obrigada pela ONU à cooperar nas atuais investigações sobre o assassinato do ex-primeiro-ministro Rafic Hariri.
O porta-voz da Calmy-Rey não revelou se as duas autoridades discutiram sobre o tema, mas a ministra aproveitou a ocasião para colocar flores no túmulo do político libanês assassinado durante um atentado terrorista cometido em 14 de fevereiro em Beirute. Uma comissão internacional comandada pela ONU concluiu recentemente o envolvimento de serviços secretos sírios e libaneses no crime. A Suíça participa das investigações através do envio de especialistas ao Líbano.
Tráfico humano
Outro tema tratado no Líbano pela ministra das Relações Exteriores da Suíça foi a luta contra o tráfico de seres humanos. Nesse sentido um acordo de assistência técnica foi assinado pelos dois países.
swissinfo com agências
A Federação Internacional de Sociedades da Cruz Vermelha e Meia Lua Vermelha reúne 181 sociedades nacionais.
Junto com a Cruz Vermelha Internacional, ela forma o movimento internacional da Cruz Vermelha e da Meia-Lua Vermelha.
O movimento não reconhece oficialmente a sociedade nacional de socorro de Israel.
– A Convenção de Genebra e seus protocolos adicionais fazem parte do direito internacional humanitário, que determina a conduta a ser seguida durante conflitos armados.
– Ele protege os civis e também os que não tomam parte nos combates.
– Ele prevê medidas para prevenir ou fazer cessar as infrações graves e também sanções contra seus autores.
– Mais de 190 países aderiram às Convenções.
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