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Campanha suíça anti-Aids mostra sexo na lua

Campanha suíça: sexo seguro até no fundo do mar. Keystone/BAG/Aids-Hilfe Schweiz

Casais copulando na lua, numa caverna ou no fundo do mar – é o que mostram os cartazes da Secretaria Federal de Saúde e da organização Aids-Hilfe da Suíça, que advertem sobre o risco de fazer sexo sem camisinha.

O jurista Sigmund Pugatsch, especializado em direito publicitário, considera a campanha “obscena” e “juridicamente melindrosa”.

A campanha pública anti-Aids, que existe na Suíça desde 1985, é conhecida por causar polêmica. Em 2006, por exemplo, mostrou atletas de esgrima e jogadores de hóquei no gelo totalmente nus.

Os outdoors e cartazes espalhados pelo país esta semana focam o “sexo em situações excepcionais”. Eles mostram cenas de sexo anal entre dois astronautas na lua e copulações de um Tarzan, de um “pesquisador” de cavernas e de um mergulhador com suas respectivas parceiras.

Segundo a Secretaria Federal de Saúde e a Aids-Hilfe, a mensagem é advertir as pessoas de que as regras do sexo seguro devem ser seguidas também nas férias, em viagens de negócios ou em festas.

Originalidade ou obscenidade?



Ainda que considere compreensível a intenção dos mentores de fazer uma campanha apelativa e eficiente, o jurista Sigmund Pugatsch, de Zurique, classifica os cartazes como “obscenos” e “juridicamente melindrosos”.

“Isso são representações que transgridem claramente os limites da moral e da ética, bem como do direito publicitário”, diz Pugatsch. Ele prevê que haverá reclamações e até medidas judiciais contra a campanha.

Thomas Lyssy, da organização Aids-Hilfe Suíça, tem um opinião bem diferente. “As campanhas precisam ser originais para que chamem a atenção e atinjam seu objetivo”, argumenta.

Descuido em situações excepcionais



Estima-se que na Suíça vivam atualmente 25 mil portadores do vírus da Aids. O risco de contrair a doença no país é considerado maior entre homens que mantêm relações homossexuais, entre pessoas oriundas da região do Subsaara e entre drogados que injetam drogas.

Num estudo recente do Hospital Estadual de St-Gallen, 12% dos pacientes entrevistados disseram que foram infectados em férias ou viagens de negócios no exterior.

Pessoas com boa estratégia de proteção deixaram de usar preservativos em determinadas situações, como por exemplo, quando estavam sob efeito de drogas ou álcool ou excessivamente apaixonadas, tornando-se vítimas da infecção, diz o estudo.

A campanha “Love life stop Aids” tenta chamar a atenção para a importância de pensar no sexo seguro já antes de se ir a uma festa ou começar uma viagem de férias ou de negócios, dizem as autoridades.

swissinfo, Geraldo Hoffmann

Na Suíça vivem aproximadamente 25 mil portadores do HIV.

Em 2006, foram confirmados 762 novos casos (em 2005: 723).

Desde o início da epidemia, 29.355 pessoas na Suíça tiveram um teste de HIV positivo – 70% homens.

Deste total, 8.588 tiveram Aids, sendo que 5.669 morreram em conseqüência da doença (4.515 antes de 1997).

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