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Economia é tema de viagem à Turquia

Calmy-Rey: - "Não viemos para dar lições aos turcos". Keystone

Durante viagem pela Turquia, ministra das Relações Exteriores da Suíça Micheline Calmy-Rey ressalta a importância dos laços econômicos entre os dois países.

Esses seriam reforçados no caso de uma possível adesão da Turquia à União Européia. Conflitos diplomáticos do passado devem ser esquecidos.

Durante o três dias de visita à grande república do Bósforo, Micheline Calmy-Rey não poupou os esforços para melhorar as relações diplomáticas entre a Suíça e a Turquia. Por isso ela não insistiu em temas como a questão curda ou da Armênia. A palavra de ordem da sua comitiva era “economia”.

“Eu não vim para dar lições”, declarou na quarta-feira a ministra durante sua visita a Diyarbakir, a grade cidade no sudeste curdo. Ao seu homólogo turco, Abdullah Gül, ela ainda afirmou: – “a Suíça acredita que cada país deve trabalhar a sua própria história e se reconciliar com ela”.

Esse discurso prudente foi mantido durante a permanência no país. Ao mesmo tempo, a ministra aproveitou para visitar o mausoléu de Atatürk, conhecer o Curdistão e conversar com representantes da economia.

Turquia na União Européia

Na opinião do governo suíço, uma possível adesão da Turquia à União Européia só poderá beneficiar as relações econômicas entre os dois países.

Os interesses helvéticos no país do Bósforo são grandes, sobretudo no setor da exportação. A importação de produtos da Suíça aumentou em 2004, em relação aos números do ano retrasado, 17% passando a 1,9 bilhões de francos.

A Suíça é o sétimo maior investidor internacional na Turquia. O volume de investimento era de 1,1 bilhão de francos no final de 2003 (84 milhões a mais do que no final de 2002), como indicam as estatísticas do Banco Nacional Suíço.

Entre a 2003 e 2004, 42 empresas helvéticas abriram filiais na Turquia. No total, as empresas suíças como Nestlé, ABB, Ciba, Roche e Givaudan mantém nove mil empregos nesse país.

Espaço diminui para a Suíça

Ao mesmo tempo, Micheline Calmy-Rey reconhece que a adesão da Turquia à UE também torna a situação da Suíça mais complicada no continente. “O espaço de manobra para os acordos bilaterais entre a Suíça e outros países diminui na mesma proporção em que a União Européia se expande”.

Aproveitando a ocasião, a ministra também entregou aos representantes do governo turco uma carta da organização Amnesty International, solicitando mais atenção aos direitos humanos. Ela também assegurou aos jornalistas presentes que o tema Armênia entrou na agenda de discussões.

“Nós entramos em acordo quanto à necessidade de criar um grupo de estudo”, disse Calmy-Rey, citando os acontecimentos de 1915 e ressaltando que a iniciativa veio da própria Turquia. Entre abril de 1915 e 1918 o Império Otomano deportou milhões de armênios. Porém o governo em Ankara recusa-se até hoje a falar em “genocídio”.

A embaixada suíça entregou ao ministro das Relações Exteriores turco um exemplar do relatório “Bergier” sobre o papel da Suíça durante a Segunda Guerra Mundial para mostrar como um estudo sobre a história do país pode ser realizado.

swissinfo com agências

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