Entenda a crise
A crise que tirou o sono dos governantes e fez despencar os índices de popularidade do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve inicio em junho, quando o presidente do PTB, o deputado Roberto Jefferson disse, em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo” que havia um esquema de corrupção envolvendo dirigentes do Partido dos Trabalhadores (PT) e dos partidos da base aliada, onde deputados receberiam dinheiro (propina) para votar com o governo.
O esquema ficou conhecido como “mensalão”, referência ao pagamento mensal de propinas. A denúncia resultou na abertura de duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), na Câmara e no Senado. De lá para cá, as denúncias de corrupção tornaram-se freqüentes e derrubaram figuras importantes ligadas a Lula, como o presiente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, e o ministro-chefe da Casa Civil, deputado José Dirceu.
Jéfersson, até então um dos principais aliados do governo, foi denunciado à comissão de ética da Câmara dos Deputados, onde está sendo julgado por quebra de decoro parlamentar por atuar em um suposto esquema de corrupção nos Correios, e deve ter o seu mandado cassado.
Nas últimas semanas, a crise política chegou às salas próximas da Presidência da República, atingindo o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, e o coordenador de comunicação, Luiz Gushiken. Palocci, que tornou-se um dos pilares do governo por haver conseguido estabilizar a economia e controlar a inflação, foi à televisão e defendeu-se das acusações de um ex-assessor. Lula também havia feito o mesmo, mas seu pronunciamento foi tido como infeficaz por aliados e oposicionistas.
No Congresso, a oposição já fala em “impeachment”, ou impedimento do Presidente, embora a tese seja rcebida com muita cautela por quase toda a classe política. Na semana pasada, Lula declarou que não deixará o cargo.
Swissinfo, Gilvandro Filho, Recife
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