Espanha é campeã da Europa 2008
Depois de 44 anos de espera, a Espanha é enfim campeã da Europa, pela segunda vez. Na final em Viena, os espanhóis derrotaram a Alemanha por 1 a 0, com gol marcado no primeiro tempo pelo atacante Torres.
A Espanha foi a única seleção invicta da Eurocopa 2008 e sua conquista é amplamente merecida. Contra os alemães, os espanhóis foram superiores em todos os setores do campo, embora a vitória tenha sido difícil.
A Eurocopa 2008 entrará para a história como a vitória do futebol técnico e coletivo. Foi praticando o melhor futebol do torneio que a Espanha ganha sua segunda Copa da Europa, depois de 1964. A espera foi longa e a vitória difícil, mas venceu a melhor equipe.
Decisão no primeiro tempo
A Alemanha começou a partida, jogando mais alto no campo e com mais penetração. A Espanha tocava a bola tentanto mantê-la. Logo aos 3 minutos, Klose interceptou um passe de Sergio Ramos, mas deu um toque muito longo e a bola saiu pela linha de fundo. Foi o primeiro alerta para a defesa espanhola.
A Alemanha repetiu algumas jogadas pela esquerda e aos 7 minutos Ballack driblou Pujol e cruzou, mas a bola atravessou a área espanhola sem encontrar um atacante alemão que pudesse finalizar.
Aos 8 minutos, a Espanha atacou pela primeira vez. Fabregas chutou de fora da área e Lehmann defendeu sem problemas. Até os 10 minutos, a dominação foi alemã.
Aos poucos, o time espanhol foi criando mais espaços e aos 14 minutos Xavi lançou para Iniesta, cujo tiro foi desviado por um zagueiro alemão, obrigando Lehmann a conceder o primeiro escanteiro para a Espanha.
Aos 22 minutos, Sergio Ramos cruzou para Torres que cabeceou entre dois zagueiros alemães, mas a bola bateu no poste esquerdo da baliza alemã, quando o goleiro já estava batido.
Apesar de jogar sozinho na ponta do ataque espanhol, Torres era um perigo constante. Aos 33 minutos, Fabregas lançou área alemã. O lateral Lahm estava na cobertura, mas Torres levou a melhor e empurrou no canto esquerda na saída de Lehmann.
Em suma, no primeiro tempo, a Alemanha tentou se impor fisicamente (com muitas faltas inclusive), mas foi a Espanha que criou as melhores oportunidades.
Segundo tempo
No segundo tempo, os alemães voltaram conquistadores como no início da partida.
O primeiro perigo para Casillas veio aos 14 minutos, quando Ballack entrou na área mas chutou fraco para o goleiro espanhol defender.
Os alemães continuaram atacando, tentando jogar bolas longas, mas a defesa espanhola resistiu. Com a entrada de Kuranyi, os alemães passaram a jogar com dois atacantes de ponta, mas a cada vez que os espanhóis recuperavam a bola, levavam perigo. Aos 22 minutos, depois de uma cobrança de falta pela lateral, Sergio Ramos cabeçou, mas o goleiro alemão fez uma bela defesa.
Depois do escanteio, Xavi pegou um rebote e chutou e quem salvou foi Frings em baixo da trave. A Alemanha estava avisada que não poderia atacar sem cuidar da própria defesa.
Marcos Senna em grande forma
Os alemães continuaram tentando jogar longo, mas o meio-campo e a defesa da Espanha quase sempre conseguia evitar os cruzamentos. Sobretudo o brasileiro Marcos Senna, meia defensivo da Espanha, desarmou muitas jogadas alemãs.
A Espanha ainda teve outra oportunidade de ouro para ampliar o placar aos 35 minutos da etapa final. Em jogada coletiva e de um toque de bola, Iniesta cruzou e o Senna chegou atrasado, senão teria coroado sua boa atuação com um gol.
Finalmente, como no primeiro tempo, os alemães praticamente não criaram ocasiões de marcar, enquanto os espanhóis desperdiçaram várias.
A Copa que os espanhóis levam consigo foi a da superioridade técnica e de um jogo coletivo que o técnico Luis Aragonés conseguiu criar em quatro anos de trabalho. Aragonés despede-se da seleção com um título que o a Espanhou esperava há décadas.
swissinfo, Claudinê Gonçalves
Alemanha: Lehmann – A. Friedrich, Mertesacker, Metzelder, Lahm(Jensen) – Frings, Hitzlsperger(Kuranyi) – Schweinsteiger, Ballack, Podolski – Klose(Gomez)
Técnico: Joachim Löw
Espanha: Casillas – Sergio Ramos, Puyol, Marchena, Capdevila – Marcos Senna – Iniesta, Xavi, Fabregas(Xabi Alonso), Silva(Cazorla) – Fernando Torres(Guiza)
Técnico: Luis Aragonés
Data: 29/06/2006
Local: Viena, Áustria
Público: 50 mil (lotado)
Árbitro: Roberto Rossetti (Itália)
Gols: Torres(33′ do primeiro tempo)
Cartões amarelos: Ballack (A), Casillas(E), Torres (E), Kuranyi (A)
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