Gripe aviária continua a ser perigo mundial
Uma pandemia de gripe aviária continua a ser a principal ameaça para a saúde humana. A constatação é de um especialista suíça, às vésperas da abertura da 60a Assembééia da Organização Mundial de Saúde, em Genebra.
A gripe aviária esteve um pouco esquecida ultimamente mas voltará à atualidade durante dos dez dias da sessão que começou nesta segunda-feira.
«A epidemia entre os pássaros continua e há regulamente transmissões do virus das aves aos homens e, portanto, a ameaça persiste», afirma Gaudenz Silberschmidt, responsável de assuntos internacionais na Secretaria Federal de Saúde Pública.
“Ainda não sabemos quando haverá a mutação do virus para uma transmissão de homem a homem. Os preparativos estão avançados mas ainda há muito a fazer em todos os países para combater uma eventual epidemia humana”, acrescenta ele a swissinfo.
Dois aspectos serão debatidos durante a sessão da OMS: o acesso aos estoques de virus e o acesso às vacinas.
Estoque mundial de vacinas
A Indonésia, que teve até agora o maior número de vítimas da gripe aviária, exige um acesso melhor às vacinas em troca do estoque de virus que o país detém.
Durante uma reunião da OMSA no mês passado, ouve acordo para estudar a possibilidade de criar um estoque mundial de vacinas, além do que os Estados poderão ter. Esse assunto será discutido na Assembléia.
A Suíça deverá começar a receber as 8 milhões de doses – suficientes para toda a população – encomendadas ao laboratório anglo-americano GlaxoSmithKline.
O receio da dispersão do vírus mortal HRN1 foi muito comentado na mídia nos últimos três anos mas nenhum caso foi registrado na Europa durante a migração das aves neste inverno.
De fevereiro a março de 2006, foram encontrados 32 pássaros mortos portadores do vírus foram encontrados na Suíça.
Mas se a gripe aviária desapareceu por enquanto na Suíça e nos países vizinhos, Gaudenz Silberschmidt reitera que a ameaça persiste.
Quatorze mortos em 2007
Segundo a OMS, desde 2003, 172 pessoas morreram depois de terem contato com aves infectadas. Este ano, até agora foram registradas 14 mortes, sobretudo na Ásia.
«De um lado, é bom que a atenção da mídia tenha diminuído. Podemos assim continuar os preparativos com calma. Mas de outro é preciso que as pessoas não se esqueçam dessa ameaça, que precisa ser levada a sério”, explica Gaudenz Silberschmidt.
Na Assembléia da OMS também serão abordados temas como a aplicação do Regimento Sanitário Internacional, a destruição dos estoques de vírus da varicela, o controle da malária e da tuberculose e erradicação da pólio.
A candidatura de Taiwan deverá provocar polêmica. Taiwan pretende ser membro da Assembléia da OMS como observador, desde 1997.
«A Suíça só reconhece uma China. Se isso deve mudar, seria no contexto da ONU e não apenas de uma suas agências. Não somos favoráveis às tentativas de politização de uma agência especializada», précise Gaudenz Silberschmidt.
swissinfo, Adam Beaumont, Genebra
A Assembléia Mundial é o órgão decisório supremo da Organização Mundial de Saúde (OMS), em Genebra.
Ele reúne-se todo ano em maio, com delegações dos 193 países-membros. Ela determina as prioridades da Organização.
Este ano, a discussão abordará sobretudo a erradicação da poliomielite, da tuberculose, os sistemas de urgência, a saúde buco-dentária, a estratégia sobre as especificidades de cada sexo e gripe aviária.
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