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Imprensa dá cartão vermelho ao árbitro saudita

O árbitro Khalil Al Ghamdi expusou o meia suíço Behrami aos 30 minutos do primeiro tempo. AFP

Depois da derrota da Suíça para o Chile, por 1 a 0, na segunda-feira (21/6), parte da imprensa suíça critica o árbitro Khalil Al Ghamdi, da Arábia Saudita, que distribuiu nove cartões amarelos e um vermelho.

Mas alguns analistas esportivos também admitem que o Chile jogou melhor e que a Suíça não convenceu no ataque. Além disso, o técnico mexeu no time que ganhou a partida de estreia no Mundial na África do Sul.

O técnico suíço Ottmar Hitzfeld atribuiu boa parte da derrota de sua equipe para o Chile ao cartão vermelho recebido pelo meia Behrami aos 30 minutos do primeiro tempo. “Penso que o cartão vermelho não foi vermelho. Essa expulsão complicou a tarefa de nos defender durante 60 minutos contra um time como o Chile. O lance não era sequer para amarelo”, disse depois do jogo.

Parte da imprensa suíça endossa a crítica do treinador. “Fora exóticos!”, comenta o Blick.ch. O jornal sensacionalista afirma que o árbitro deveria ficar no deserto cuidando de camelos, já que não pode acompanhar o ritmo veloz do jogo.

O Berner Zeitung considera incompreensível que a Fifa escale árbitros de “países em desenvolvimento em termos de futebol” para apitar a Copa do Mundo”.

O diário da capital suíça admite, porém, que seria fácil demais justificar a derrota para o Chile com a atuação do juiz, “visto que, também antes do cartão vermelho, a Suíça não havia convencido no ataque. Três chances de gol em dois jogos na Copa simplesmente são muito pouco”.

Para o Le Temps, de Genebra, “a Suíça voltou para a terra” com a derrota para o Chile. “Pouco favorecidos pela arbitragem, os jogadores de Ottmar Hitzfeld se curvaram diante do Chile e jogarão pela classificação na sexta-feira contra Honduras”.

O diário Tribune de Genève afirma que, “entre cólera e desdém, a Suíça não perdeu tudo”. O jornal critica atuação do árbitro saudita Khalil Al Ghamdi e conclui que é “contra Honduras, na geladeira de Bloemfontein, que a Suíça vai defender suas chances de classificação para as oitavas de final. Pelo menos a seleção suíça é dona de seu próprio destino”, conclui o jornal.

Para o Le Matin, de Lausanne, “os jogadores suíços descarregaram sua frustração criticando duramente o juiz Khalil Al Ghamdi. Mas o fraco desempenho do árbitro não justifica a grande pobreza de jogo da seleção helvética”.

Imprensa chilena

Na imprensa chilena não há qualquer referência de que o cartão vermelho contra Berahmi tenha sido injusto. Segundo o El Mercurio, “os vermelhos (os chilenos) foram bem melhores do que os suíços e derrotaram com justiça uma equipe que só se defendeu”.

Também o La Nación afirma que o resultado foi justo. “Os vermelhos ganharam um jogo que dominaram quase completamente. O gol de Mark Gonzáles abriu as portas à classificação. Mas o próximo adversário é a Espanha.”

O La Hora avalia que o Chile ganhou “graças aos suíços”. “A equipe sofreu e cometeu erros. Ela pode ser acusada de muita coisa, mas diante da justiça e da postura com que ganhou, isso é mínimo.”

Opinião de especialistas

Karli Odermatt, um ídolo do futebol suíço, ex-jogador do Basileia e do Young Boys de Berna que marcou 10 gols em 50 jogos pela seleção, declarou ao jornal Basler Zeitung que o Chile não roubou os três pontos.

“A equipe me convenceu, ela é muito veloz no ataque”. Ele acrescentou que não há o que comentar sobre o cartão vermelho para Berahmi. “Ele bateu duas vezes. E ali não é o lugar da mão.”

O ex-técnico da seleção suíça, Köbi Kuhn, comentou no jornal Blick, que não se pode dizer que o Chile não mereceu a vitória. Ele acha que o árbitro saudita não errou completamente ao mostrar o cartão vermelho, mas que o gol chileno foi de impedimento.

Kuhn criticou seu sucessor, o técnico Ottmar Hitzfeld, por ter escalado o capitão Alex Frei, que ainda não estava completamente recuperado de uma lesão no tornozelo. Hitzfeld deveria ter trazido Frei e também Valon Behrami mais tarde, disse.

A derrota da Suíça para Chile acabou com a invencibilidade da zaga suíça que há 559 minutos não levava um gol em um Mundial. A marca bateu o recorde que era da Itália. A atual campeã mundial conseguiu ficar 550 minutos sem ter a defesa vazada durante a Copa do Mundo de 1986 e 1990.

Geraldo Hoffmann e Claudinê Gonçalves, swissinfo.ch

Chile, 6 pontos
Espanha, 3 pontos
Suíça, 3 pontos
Honduras, 0 ponto

Sexta-feira, 25 de junho:

– Chile – Espanha (20.30) em Pretória

– Suíça – Honduras (20:30) em Bloemfontein

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