Inspetor das Olimpíadas 2004 é suíço
A partir de 13 de agosto iniciam-se os Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Os preparativos ainda são intensos, assim como as dúvidas em relação à segurança e organização.
A missão mais complicada foi confiada a um suíço: Denis Oswald é presidente da Comissão de Coordenação do COI e controla os preparativos em Atenas.
“Eu nunca consegui dormir muito bem”, afirma Denis Oswald. As razões para o sono inquieto desse suíço originário de Neuchâtel são várias: nos últimos meses a mídia internacional tem repetido que as Olimpíadas de Atenas correm risco, pois a construção de um estádio ainda não foi concluída, assim como várias novas ruas e estradas, sem esquecer das greves dos operários da construção civil.
“A candidatura de Atenas está sendo uma das mais difíceis”, reconhece Oswald. Presidente da Federação Internacional do Remo (FISA) desde 1989 e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI) desde 1991, o advogado suíço de 57 anos é também o atual presidente da Comissão de Coordenação do COI, cargo assumido depois que seu predecessor virou presidente do COI, Jacques Rogge.
Atleta, funcionário e advogado
“A primeira decisão de Rogge como presidente do Comitê Olímpico Internacional foi me delegar responsável pelo dossiê Atenas”, lembra-se Oswald. Depois de dois dias, tempo necessário para tomar a difícil decisão, o suíço aceitou a nova incumbência, apesar das dúvidas em relação às possibilidades de se organizar uma olimpíada em Atenas.
O trabalho é intensivo. Na sua mesa de trabalho, localizada no próprio escritório de advocacia no sétimo andar de um prédio de comercial com vista para o lago de Neuenburg, estão espalhadas centenas de papéis com o logotipo dos cinco círculos olímpicos.
A confusão aparente apenas espelha a movimentação intensa do seu dia-a-dia, depois de 25 viagens realizadas para a Grécia nos últimos três anos. Uma vez, a cada seis meses, Denis Oswald realiza uma tournée oficial de controle em Atenas.
Na última delas, ocorrida em maio, o suíço pode felizmente dar um parecer positivo: nesse mês os gregos conseguiram finalmente finalizar o teto do estádio olímpico, construído para abrigar 55 mil pessoas. Até então essa construção, que estava sendo finalizada com uma velocidade de tartaruga, era uma das suas maiores preocupações.
“Como presidente Comissão de Coordenação do COI, eu estava em permanente contato com o velho e o novo governo da Grécia. Nós sempre ressaltamos que a imagem do país, berço das Olimpíadas, seria prejudicada caso houvesse problemas na realização dos jogos”.
Denis Oswald utiliza a mídia para fazer pressão sobre seus colegas gregos. Porém ele não deixa de elogiar quando necessário. “É necessário ter um senso diplomático para continuar motivando as pessoas. Os gregos, afinal, estão realizando em quatro anos o que seria necessário mais de sete”.
Más lembranças nas Olimpíadas de Munique em 1972
A maior preocupação do funcionário olímpico Oswald é, sem dúvida, a segurança. “Para o COI, esse quesito e o risco de atentados têm a maior prioridade”.
Durante a realização dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique, o suíço viveu na sua própria pele o perigo do terror. “Eu já tinha participado das competições como remador, quando um comando de terroristas palestinos invadiu o alojamento dos atletas israelenses”. Logo depois, Oswald estava retornando à Suíça.
Para Denis Oswald a situação é clara: – “um ataque terrorista pode representar o fim dos jogos olímpicos em Atenas”. Desde 11 de setembro de 2001, a segurança é um dos temas mais importantes para os organizadores do evento. “Nesse sentido, nunca organizamos tanto como para essa Olimpíada”.
Mais de 70 mil agentes de segurança, incluindo soldados da OTAN, atuarão em Atenas. Os custos para esse esquema são avaliados em mais de um bilhão de Euros.
swissinfo, Philippe Kropf e Mathias Froidevaux
– Os 28os Jogos Olímpicos se realizam entre 13 e 29 de agosto de 2004 em Atenas.
– Provas em 28 diferentes disciplinas serão realizadas em 38 locais de competição.
– 70 mil policiais e soldados, incluindo tropas da OTAN, serão responsáveis pela segurança de 10.500 atletas, 21 mil jornalistas e 5.500 funcionários das delegações.
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