Jogador brasileiro reaparece mas não vai ao clube
O desaparecimento relâmpago de um jogodor brasileiro do FC Zurique ainda não está esclarecido. Ele se apresentou à polícia de Zurique nesta segunda-feira.
Rafael de Araújo, 21 anos, treinou sábado, saiu com dois empresários brasileiros e não apareceu para a partida de domingo.
Parece que jogo está duro entre o atacante brasileiro Rafael de Araújo, de 21 anos, dois empresários brasileiros e o FC Zurique, clube da primeira divisão suíça (Super League).
Eles são protagonistas de uma história bizarra que começou no final de semana e que, por enquanto, só tem a versão oficial do clube.
Menos de um ano no FC Zurique
Rafael está no FC Zurique, atualmente em segundo lugar no campeonato, há menos de um ano e vinha sendo assediado por dois empresários brasileiros, cujos nomes o clube, questionado por swissinfo, não quiz revelar.
Sábado, Rafael treinara normalmente, na preparação para a partida de domingo, contra o FC St-Gallen, pelo campeonato suíço. Ao final do treino, o atacante teria saído com os dois empresários e não apareceu para o jogo de domingo.
Funcionários do clube estiveram no apartamento do jogador e não o encontraram. No mesmo dia (domingo), o FC Zurich comunicou o desaparecimento à polícia e registrou queixa por por seqüestro e chantagem.
Queixa na polícia
Nesta segunda-feira, o jogador reapareceu e apresentou-se à polícia de Zurique. Ele teria dito que não foi seqüestrado e estava bem, segundo o porta-voz da polícia, Marco Cortesi.
Até o início da tarde de segunda-feira (24), o jogador ainda não tinha se apresentado ao clube. O técnico do FC Zurique, Lucien Favre, declarou à televisão suíça que o jogador “não está agindo assim por livre e espontânea por vontade porque vinha sendo pressionado.”
A versao do clube
Em comunicado oficial na tarde de segunda-feira, o FZ Zurique afirma que “as portas continuam abertas para o jogador, mas que o contato está difícil porque ele é mantido distante do clube pelos empresários e que, provavelmente, os pais do jogador também são influenciados por eles”.
Como exemplo dessa dificuldade, o FC Zurich afirma que Clederson Cesar, outro brasileiro jogador do clube, “passou a noite tentanto convencer Rafael a voltar aos treinos nesta segunda-feira, sem sucesso.”
Em carta endereçada à Associação Suíça de Futebol, o FZ Zurique afirma que a transferência de Rafael do FC Chiasso para Zurique “foi perfeitamente legal e que o jogador firmou contrato com o clube até 30 de junho de 2009”
O clube precisa que retirou a queixa da polícia por seqüestro mas mantém a queixa por chantagem contra os empresários e que “não tem qualquer razão de negociar com eles”.
Rafael pode ficar
O principal interessado disse a swissinfo que, por enquanto, não pode falar muito mas que “há problemas com seu contrato que precisam ser resolvidos”. Questionado por swissinfo, ele disse que “o ambiente é bom mas que se esse problema não for resolvido eu vou embora”.
Para onde? “Tem clube interessado no Brasil mas também fora do Brasil”, respondeu Rafael.
Empresários queriam comissão
Segundo a imprensa suíça, os empresários já haviam tentado chantagear o jogador durante a pausa de inverno observada no campeonato suíço. Nos contatos com o clube teriam declarado ser proprietários do jogador. Eles tentaram obter uma revisão do salário de Rafael e extorquir do clube uma soma em dinheiro pela transferência do atacante.
No Brasil, Rafael jogou no Vitória da Bahia e no Juventus de São Paulo. Antes de assinar com o FC Zurique, ele jogou um ano no Chiasso, clube suíço da segunda divisão. No atual campeonato, Rafael marcou 12 gols até agora pelo FC Zurich.
swissinfo, Claudinê Gonçalves
– Rafael de Araújo jogou no Vitória da Bahia, no Juventus de São Paulo e no Chiasso, segunda divisão suíça.
– Está há menos de um ano no FC Zurique, vice-líder atual do campeonato suíço da primeira divisão. O atacante marcou 12 gols na temporada, até agora. Ele tem contrato até 2009.
– Segundo o clube, ele vinha sendo pressionado por dois empresários brasileiros, que se dizem proprietários do jogador. Eles exigiam do clube aumento salarial para o jogador e comissões pela transferência.
– Rafael treinou sexta-feira e saiu com os dois empresários. Não apareceu para o jogo de domingo e o clube deu queixa na polícia por chantagem e seqüetro.
– Segunda-feira (24), Rafael apresentou-se espontaneamente na polícia mas, até o início da tarde, não havia comparecido ao clube.
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