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Manifestação ocorre pacificamente em Davos

Na manifestação em Davos, o principal prostesto foi contra a ameaça de guerra no Iraque. swissinfo.ch

Duas mil pessoas protestaram nas ruas de Davos. A manifestação ocorreu de forma pacífica e bem-humorada.

Em Davos, maioria dos manifestantes protestava contra a ameaça de guerra no Iraque. Grupos, retidos pela polícia na entrada de Davos, foram a Berna à noite e organizaram violento protesto.

O dia começou cedo para os policiais de Davos e outros vindos de todos os cantões da Suíça, para ajudar no cerco à cidade. Já a partir das seis da manhã eles começaram a bloquear as entradas de Davos. A mais importante delas localizava-se em Landquart, de onde sai o trem que sobe até Davos.

Como havia sido combinado com os diferentes grupos de manifestantes, a polícia só faria o controle das bolsas e não de identidade. Muitos recusaram, porém, que as revistas pessoais fossem feitas.

O protesto estava marcado para uma e meia da tarde. Nesse momento havia apenas um pequeno grupo de manifestantes reunidos frente à estação de trem de Davos.

Do outro lado da cidade, os organizadores haviam montado um circo para abrigar os participantes do protesto em caso de mau tempo. O local estava equipado com bar, estante de jornais e palco. Lá 150 pessoas aguardavam o início da manifestação.

Anti-globalização na Internet

Para manter o movimento anti-globalização em contato com o mundo, uma equipe de três especialistas atualizavam em computadores as páginas da internet que dariam as últimas atualidades sobre o protesto. O circo estava localizado distante menos de duzentos metros do prédio do centro de congressos de Davos, onde ocorre o encontro do Fórum Econômico Mundial (WEF).

Se os organizadores esperavam a vinda de seis mil pessoas, apenas duas mil compareceram, e com três horas de atraso. Uma grande parte dos manifestantes que tentaram chegar em Davos, incluindo os membros do chamado “bloco negro” (anarquistas), conhecidos também pela violência, acabaram retidos em Landquart, a 30 quilômetros de Davos.

Apesar do número reduzido de participantes, o protesto ocorreu de forma pacifica, sem conflitos com a polícia e num ambiente bem-humorado. Os grupos eram dos mais diversos: no meio da massa colorida, composta em grande parte por jovens, encontravam-se anarquistas, punks, pacifistas, grupos religiosos, manifestantes italianos, esquiadores ainda equipados, sindicalistas e estrangeiros. A comunicação era feita através de um carro de som e megafones, em idiomas que variavam do alemão, inglês, francês e italiano.

Humor como forma de protesto

Devido ao bloqueio policial e o impedimento de chegada de grande parte dos manifestantes, o cordão em Davos resolveu apelar para o humor. Em cortejo, eles percorreram toda a cidade andando de costas. Com isso, eles simbolizavam tudo que está “ao contrário” no mundo.

Ao mesmo tempo, manifestantes fantasiados de macacos com uma máscara lembrando George Bush, presidente dos EUA, batiam, com porretes um gigantesco globo terrestre inflável. O grupo era acompanhado por uma vaca dourada de madeira, carregada no ombro por dezenas de manifestantes. Ela simbolizava o capital internacional, adorado pelos adeptos da globalização.

Tensão nas grades do WEF

O protesto encerrou-se apenas algumas horas depois, depois que os manifestantes passaram frente ao centro de congressos do WEF, onde uma bandeira americana foi queimada. Os manifestantes entregaram simbolicamente, na prefeitura da cidade de Davos, a autorização oficial para a realização do protesto. Com isso eles reclamavam contra os empecilhos criados pela policia, para a realização do manifesto em Davos.

Protestos violentos em Berna

Para os 1000 manifestantes que não puderam chegar a Davos, o dia ocorreu de forma mais agitada. Depois de alguns confrontos com a polícia em Landquart, eles embarcaram em dois trens especiais, que os levaram para Berna, capital da Suíça. Os 400 políciais, que os esperava, forçaram os manifestantes a reunirem-se num centro cultural próximo a estação de trem.

No local, os participantes do protesto jogaram pedras e garrafas na polícia, que revidou com lançamento de granadas de gás lacrimogênio. A confusão durou até às duas horas da manhã.

swissinfo, Alexander Thoele em Davos.

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