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Não-fumantes inalam de 15 a 38 cigarros por dia

O fumo passivo mata 400 pessoas por ano na Suíça Keystone

O funcionários de restaurantes, bares e discotecas sofrem as conseqüências dos clientes fumantes. Eles inalam o equivalente a 15 a 38 cigarros por dia.

A conclusão é de um estudo feito no cantão do Valais (sudeste da Suíça), um dos primeiros a tentar medir cientificamente a exposição ao fumo.

Os funcionários de restaurantes, bares e discotecas inalam uma quantidade de fumaça equivalente a fumar 15 a 38 cigarros por dia, segundo um estudo científico feito Instituto Universitário Romando de Sáude do Trabalho, no cantão do Valais (sudeste).

Concretamente, 1.500 pequenos captores de nicotina foram distruídos à população no início de 2007, durante uma campanha do Centro de Informação pela Prevenção do Tabagismo (CIPRET).

Seis meses depois, 630 captores foram devolvidos e submetidos à análise. O método está detalhado em artigo publicado quarta-feira (13/3) na Revista Médica Suíça.

Bares, restaurantes e discotecas

Durante o estudo, praticamente todas as pessoas que usaram o crachá-captor foram expostas ao fumo passivo: 5,7% tiveram uma exposição fraca (menos de 0,2 cigarros/dia), todos os demais com exposições mais ou menos forte, com doses equivalente a 1 a 2 cigarros/dia até mais de 10 cigarros por dia.

As exposições mais fortes ocorrem nos bares, restaurantes e discotecas, com doses situadas entre 15 a 38 cigarros por dia.

Entre os portadores dos captores havia 298 mulheres e 299 homens, em faixas etárias de 3 meses a 82 anos; 22 captores foram colocados em lugares fixos, um quarto ou um escritório, por exemplo.

Promover a proibição

O autores do estudo não escondem que o objetivo era “quantificar cientificamente a exposição da população ao fumo passivo para facilitar a proibição de fumar nos lugares públicos, especialmente na hotelaria e na gastronomia”.

Segundo um recente relatório do governo suíço, 400 pessoas morrem por ano na Suíça em conseqüência do fumo passivo. No total, os custos são estimados em 500 milhões de francos suíços por ano.

De acordo com os dados oficiais para o ano de 2007, 29% da população residente na Suíça são fumantes. Uma pesquisa recente da Universidade de Zurique afirma que a maioria das pessoas entre 14 e 65 anos é favorável à proibição de fumar nos bares e restaurantes.

swissinfo com agências

A Suíça prepara uma lei federal sobre a proteção contra o fumo passivo. A Câmara concordou com o princípio e a Senado deverá se pronunciar este ano. A futura lei poderá entrar em vigor em 2009.

Alguns cantões (estados) julgam esse prazo muito longo ou que a lei federal será muito liberal e legislam no plano cantonal. Genebra, por exemplo, vota dia 24 de fevereiro um projeto de interdição do fumo nos espaços públicos.

O Ticino (sul) foi o primeiro a aprovar tal proibição, em 2006. Seguiram-se Solothurn, Appenzell Rodhes-Exteriores e Grisões (a partir de março).

Em vários outros cantões existem leis restritivas em elaboração.

Em 2004, a República da Irlanda foi o primeiro país da União Européia a proibir o fumo nos locais de trabalho, restaurantes e bares.

Outros país europeus (França, Itália, Grã-Bretanha, Portugal) adotaram medidas similares. A Alemanha se prepara para fazer o mesmo; o estado da Baviera proibe fumar inclusive nos jardins da cerveja (Biergarten). Alguns países autorizam espaços para os fumantes em salas separadas e bem ventiladas.

Nos Estados Unidos, a questão é de competência dos estados e das autoridades locais. Atualmente, mais da metatade do estados têm uma política estrita de proibição do fumo em bares e restaurantes.

No Canadá, uma lei federal protege os não-fumantes nos locais de trabalho desde 1986 e autoriza espaços reservados aos fumantes.

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