Omega faz a cronometragem das Olimpíadas
O famoso fabricante de relógios Omega, da Suíça, não mediu esforços para assumir seu papel de cronometrista oficial dos Jogos Olímpicos de Pequim.
Não falta de tecnologia de ponta e de sistemas de apoio para garantir a exatidão da cronometragem para milhares de organizadores e atletas, bem como milhões de telespectadores.
Entre as melhorias que surgiram a partir dos Jogos Olímpicos de Atenas destacam-se as câmeras de alta velocidade, que podem gravar 2.000 imagens por segundo, e o novo sistema de cronometragem, registrando o tempo dos atletas e se um deles queimar a largada.
Supervisionada pela Omega opera Swiss Timing, uma pequena empresa que também faz parte do Grupo Swatch.
O grupo suíço despachou 420 toneladas de equipamentos para as diferentes praças esportivas das Olimpíadas, bem como 450 técnicos e engenheiros, além de mil bem treinados voluntários.
“Nosso papel em Pequim é, antes de mais nada, medir o desempenho dos atletas, fornecer resultados, classificação e pontuação, liberando essas informações para todos”, disse o diretor executivo da Swiss Timing, Christophe Berthaud, à swissinfo.
Isto significa distribuir resultados para os atletas, juízes e ao público em geral através dos painéis, e na forma impressa, para comentaristas, além das agências de notícias, redes de televisão e Internet.
Força do computador
“É claro que cada vez mais usamos a potência do computador para fornecer resultados. Mas também medimos as performances dos atletas com maior precisão, acompanhando muito melhor o que vai acontecendo”, disse ele.
Por exemplo, nas provas de remo usamos tecnologia baseada no GPS (Global Positioning System).
“Isto quer dizer que medimos a posição de cada barco cinco vezes por segundo, de modo que, permanentemente, sabemos o ponto onde os remadores estão posicionados na água”, explicou Berthaud.
“Baseados nesses dados, podemos determinar a velocidade de cada barco e o número de remadas por segundo. Podemos, também, medir a distância entre os barcos”.
Outra novidade é uma versão atualizada da câmera de fotochart, introduzida nos Jogos Olímpicos de Inverno, realizados em Albertville, em 1992.
Pixels e precisão
Os equipamentos de última geração gravam um pouco mais que 2.000 imagens por segundo e fornecem fotos coloridas, caracterizadas por maior número de pontos e nitidez.
Isto permite que os árbitros tenham definição mais precisa para afirmar, com segurança, quem venceu a corrida e quem chegou em segundo e terceiro lugares.
Do lado helvético, um enorme público estará acompanhando a maratona, particularmente, porque contará com a participação do suíço Viktor Röthlin, vencedor da maratona de Tóquio, em 2008.
A maratona, que será realizada no dia 24 de agosto – data de encerramento dos Jogos Olímpicos – começará na Praça Tiananmen, de Pequim, e terminará no novo estádio nacional, Ninho de Pássaro, projetado pelos arquitetos suíços, Jacques Herzog e Pierre de Meuron.
A Omega cronometrará a maratona, a cada cinco quilômetros, na metade dos 42 quilômetros, além de nove pontos intermediários. Nessas marcações, poderá fornecer classificação e distância entre alguns dos principais corredores.
Etiqueta eletrônica
“Ao longo do percurso, haverá antenas e sinalizadores individuais nos calçados dos atletas”, informou Berthaud.
Cada atleta tem sua própria identificação eletrônica e através do nosso sistema de computação podemos saber, durante toda a maratona exatamente o que está acontecendo.
Uma novidade olímpica é o fato de que a Omega fornece serviços virtuais de televisão. Por exemplo, na natação, uma linha sobre a piscina correspondente ao recorde mundial acompanha a prova, para sabermos se os nadadores estão próximos ou não de bater o recorde.
Os espectadores também podem ver nas raias os nomes dos atletas e as bandeiras de seus respectivos países.
É um toque de modernidade em relação aos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1932. Naquela ocasião, a Omega forneceu 30 cronômetros de alta precisão, os quais foram certificados pelo Observatório de Neuchâtel (oeste).
Vale a pena observar que nos Jogos Olímpicos de Berlim, em 1936, 185 cronógrafos foram levados de Biel para a capital alemã em uma mala transportada pelo relojoeiro da Omega, Paul-Louis Guignard, de 29 anos.
Naqueles tempos, os velocistas cavavam com pequenas pás os pontos de apoio dos pés para a largada.
Muita pressão
Enquanto muitos compreendem a pressão por que passam os participantes dos Jogos, outros não tomam conhecimento sobre o que os cronometristas oficiais estão fazendo atrás dos bastidores para que tudo funcione a contento.
“Desde janeiro de 2005, uma equipe nossa se encontra em Pequim, apoiada pelos nossos funcionários, na Suíça. Preparamos e experimentamos cuidadosamente todos os diferentes elementos de cronometragem, os resultados e a forma de distribuição desses resultados”, disse Berthaud.
“Nossos funcionários são profissionais. São apaixonados por esportes e estamos muito confiantes na qualidade do trabalho que podemos oferecer”.
swissinfo, Robert Brookes (Tradução de J.Gabriel Barbosa).
A história de Omega na cronometragem das Olimpíadas remonta aos Jogos de Los Angeles, em 1932. Em Pequim, a empresa é responsável pelos resultados oficiais de todas competições.
Proporciona serviços que incluem visualização dos resultados para os atletas e o público nos locais das competições, o tratamento e fornecimento dos resultados. Fornece também resultados oficiais a serem distribuídos pela imprensa, rádio ou canais de televisão do mundo inteiro.
Nos Jogos Olímpicos de Pequim, a Omega desempenha pela vigésima terceira vez a função de cronometrista oficial.
Swiss Timing, do Grupo Swatch, foi fundada em 3 de julho de 1972, se bem que as companhias relojoeiras suíças, Omega e Longines, estão envolvidas com a cronometragem esportiva há a muito tempo.
Swiss Timing tem cronometrado, regularmente, os Jogos Olímpicos: Innsbruck e Montreal, em 1976, Lake Placid e Moscou em 1980, Saraievo e Los Angeles, em 1984, Calgary e Seúl em 1988, Albertville em 1992, Atlanta em 1996, Sydney em 2000, Atenas em 2004 e Turim em 2006.
Além de Pequim, em 2008, a empresa também será responsável por Vancouver, em 2010, e Londres, em 2012.
Para a Swiss Timing, atender às específicas exigências dos regulamentos, as cidades candidatas precisam investir enormes somas de dinheiro em novas tecnologias e manter um grupo de funcionários altamente qualificados.
A empresa está sediada em Corgémont (cantão de Berna) e emprega cerca de 70 pessoas.
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