Parlamentares suíços pedem fechamento de Guantânamo
Atendendo a um apelo da Anistia Internacional (AI), cem parlamentares suíços assinaram uma declaração pedindo que a prisão de Guantânamo seja fechada.
A lista dos signatários é publicada sábado (9), um ano após a morte, por suposto suicídio, de três presos em Guantânamo.
Nessa declaração, os parlamentares federais exigem das autoridades estadunidenses que fechem “imediatamente” o campo de detenção situado na parte da ilha de Cuba ocupada pelos Estados Unidos.
Através desse posicionamento, os deputados federais assinalam “seu compromisso com o respeito, em todo o mundo, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais”, afirma a Anistia Internacional (AI) em um comunicado.
Verdes e socialistas
Questionado pela agência de notícias ATS, um dos responsáveis da AI precisou que todos os deputados ecologistas e quase-totalidade dos socialistas assinaram o texto. Dois deputados do Partido Radical Democrático (PRD) e um comunista (POP) estão entre os signatários. O presidente do Partido Democrata-Cristão (PDC), Cristoph Darbelley também assinou.
Por outro lado, nenhum deputado da União Democrática do Centro (UDC), o mais à direita dos grandes partidos suíços, aceitou assinar o documento da Anistia Internacional.
Entregue em Washington
Esse apelo chegará ao Parlamento dos Estados Unidos através de Nancy Pelosi, presidente da Câmara estadunidense, dia 26 de junho próximo, dia mundial em favor das vítimas de tortura.
Em comunicado à imprensa, a AI lembra que em mais de cinco anos, cerca de 770 pessoas estiveram detidas sem processo, em desrespeito total do direito humanitário internacional, em Guantânamo. Dentre eles, mais de 400, de mais de 30 nacionalidades, continuavam presos no início de 2007, no contexto da luta anti-terrorista segundo Washington.
Torturados
“A maioria dos prisioneiros foram torturados e todos são maltratados. Nenhum foi condenado por de infração penal por um tribunal civil dos Estados Unidos”, afirma a Anistia Internacional.
Um ano atrás, em 10 de junho de 2006, três detidos de Guantânamo aparentemente se suicidaram. Um outro preso teria se suicidado em 30 de maio último. AI afirma temer outras mortes se as autoridades americanas não tomarem medidas imediatas.
Saúde mental
Segundo a organização humanitária, advogados americanos que estiveram recentemente em Guantânamo exprimiram sua profunda preocupação com o estado de saúde mental de alguns de seus clientes.
Um relatório recente da Anistia Internacional afirma que as condições de detenção em Guantânamo se deterioraram ainda mais. Quase 80% dos 385 prisioneiros são mantidos em isolamento, praticamente sem contato com o mundo exterior.
swissinfo com agências
Senador suíço e relator do Conselho da Europa, Dick Marty publicou sexta-feira (08) seu segundo relatório sobre as prisões secretas que a CIA manteve na Europa ilegalmente, no combate ao terrorismo.
Dick Marti revela que a CIA teve prisões na Polônia e na Romênia de 2003 a 2005, para interrogar detidos.
“Esses centros de detenção realmente existiram na Polônia e na Romênia e não podemos excluir que detidos clandestinos existiram em outros países da Europa” afirmou o senador suíço.
Ele acusa a Alemanha e a Itália de terem feito obstrução às suas investigações.
As autoridades polonesas e romenas reagiram afirmando que as acusações são “totalmente infundadas”.
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