Primeiro caso de H5N1 na Suíça
O pato morto encontrado há uma semana no lago de Genebra estava realmente contaminado com o vírus H5N1, a forma mais patogênica da gripe aviária.
Na quarta-feira (1.03), um segundo animal infectado foi encontrado nas margens do lago de Constância, no cantão da Turgóvia. Ele ainda está sendo analisado por um laboratório na Inglaterra.
O laboratório europeu de referência, em Londres, declarou na quarta-feira (1.03) o diagnóstico da morte do pato selvagem descoberto em 22 de fevereiro, próximo ao jato de água do lago de Genebra. A ave foi infectada pelo vírus H5N1, a forma mais patogênica e perigosa ao homem.
A confirmação da doença do pato não surpreendeu o Departamento Federal de Veterinária (OVF, na sigla em francês). A maior parte dos casos de gripe aviária já identificados na Europa ocorreu devido ao H5N1.
– Não há motivos para entrar em pânico, mesmo com esse caso ocorrido na Suíça – declarou Marcel Falk, porta-voz do órgão público.
Cisne encontrado na Turgóvia
A probabilidade de que o cisne morto encontrado nas margens do lago de Constância, onde a presença dos vírus tipo H5 já foi testada positivamente, tenha sido contaminado pelo subgrupo H5N1 também é muito grande. O laboratório de Weybridge, especializado na pesquisa do vírus patogênico, deve dar seu veredicto em uma semana.
Para Cathy Maret, do OVF, a população deve se preparar para o aumento da freqüência de casos de contaminação entre as aves selvagens. Para prevenir a propagação do vírus, o cantão da Turgóvia (nordeste da Suíça) e seu vizinho, o cantão de St. Gallen, já tomaram medidas de confinamento das aves de abate e reforçaram os controles das criações.
Em Friburgo, por outro lado, as aves sacrificadas na quarta-feira numa criação próxima ao povoado de Bossonnens, não estavam contaminadas pelo vírus da gripe aviária. Análises feitas por um laboratório em Zurique descartaram essa possibilidade.
Não há perigo para a população
Enquanto o vírus H5N1 continua seu avanço pela Europa – novos casos foram descobertos na Romênia, Hungria e Grécia – as criações de aves continuam sendo poupadas na Suíça de medidas drásticas. Essa situação pode mudar em breve.
– Nada nos permite afirmar que milhares de animais já não estariam contaminados – declarou Thomas Zeltner, diretor do Departamento Federal de Saúde Pública (OFSP, na sigla em francês). Ele afirmou frente aos jornalistas, durante uma entrevista dada na última quarta-feira (1.03), que a gripe aviária chegou ao país muito mais rapidamente do que havia sido previsto.
Para o OVF, a forma H5 do vírus não constitui um risco para a população. Passeios às margens dos lagos e nas florestas não estão proibidos. Ao mesmo tempo, a população em Genebra não precisa temer a qualidade da água potável, como asseguram os serviços públicos da segunda maior cidade suíça.
Revisão das leis de epidemias
Para enfrentar a gripe aviária, o OFSP estima que a Suíça tenha de revisar suas leis de epidemias, sobretudo dando mais poderes para o governo federal no caso de uma pandemia (n.r: enfermidade epidêmica amplamente disseminada). Um projeto deve estar pronto a partir de 2007, ressalta Thomas Zeltner.
Segundo o funcionário, as leis atuais têm pouca eficácia frente a espécies de vírus altamente contagiosos como o SRAS ou a atual gripe aviária. O principal problema está em saber quais são as competências dos cantões e do governo federal nesses casos.
Por outro lado, entre as medidas já levadas em consideração, está descartada a vacinação em massa das aves de abate. O OVF explicou na quarta-feira, durante uma reunião com os representantes dos criadores, que não existe nenhuma garantia que uma vacina possa proteger os animais contra o vírus H5N1. Ao mesmo tempo, a vacinação traria problemas para identificar o vírus nas aves mortas.
swissinfo com agências
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