A chamada rota dos Balcãs foi fechada desde o ano passado. Agora mais de 1000 refugiados estão encalhados na metrópole sérvia em temperaturas abaixo de zero. Dois suíços relatam em imagens a situação desesperadora dessas pessoas.
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Christian Grund, Marguerite Meyer e Thomas Kern, swisinfo.ch
Esta parte de Belgrado – que em sérvio significa “cidade branca” – fica especialmente desolada no inverno. Galpões abandonados encontram-se entre remendos da neve e a estação de trens. Eles servem como alojamento para aqueles que não podem voltar atrás na rota dos Balcãs.
“As condições nesses armazéns realmente me chocaram”, diz o fotógrafo suíço Christian Grund. “Quando entrei, meus olhos precisavam se ajustar à luz sombria. Tive que ficar quieto e o chão estava cheio de cobertores de lã escura”. Foi só depois de olhar mais de perto que ele conseguiu distinguir todas as pessoas. “Eu podia distinguir os pares individuais de olhos, e havia uma tosse em cada canto.”
Não tem como escapar do frio e também não há água encanada. “Eles dormem no chão, cozinham ao ar livre e se lavam do lado fora”, relata o fotógrafo. Para se manterem aquecidos, fazem fogueiras dentro dos prédios. “A fumaça se acumula debaixo do teto e fica”, diz o fotógrafo de Zurique. “Às vezes você mal consegue respirar.”
O jornalista Benjamin von Wyl passou duas semanas lá como voluntário neste mês. “Uma vez à noite vimos um grupo de garotos de 10 a 14 anos botando fogo na tenda deles. Eles não tinham cobertores. Os galpões estão cheios. É por isso que há dezenas de barracas atrás da estação, nos estacionamentos cobertos e vagões de trem abandonados.”
Quando von Wyl estava lá fazia -14°. Pequenos grupos de voluntários tentam oferecer conforto, servindo chá quente duas vezes por dia. “O chá aquece, mas é muito mais do que isso”, ressalta o jovem de 26 anos. Ele fornece um lugar de encontro e de ajuda.
“Os refugiados dependem de pessoas com passaportes para receber dinheiro de seus parentes pela Western Union”. Houve também alguns momentos felizes, lembra von Wyl. “Mas toda a situação é desesperadora.”
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