Suíça perde o jogo e seu capitão na abertura da Euro
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A equipe co-anfitriã dominou o jogo de abertura da Eurocopa 2008 no estádio da Basiléia, mas perdeu de 1 a 0 para a República Tcheca
A Suíça continua sem vitória num campeonato europeu. O capitão da equipe, Alexander Frei, se contundiu no final do primeiro tempo e dificilmente voltará a jogar no torneio.
Empurrados pela torcida, os suíços iniciaram o jogo com bastante dinâmica, pressionando o adversário. Frei teve a primeira chance da equipe da casa aos três minutos, mas chutou fraco para a linha de fundo.
Relativamente fraco foi também o desempenho de seu companheiro de ataque, Streller, que o técnico Köbi Kuhn escalou em vez de Yakin, artilheiro do último campeonato suíço (24 gols).
Além disso, o lateral-esquerdo Ludwig Magnin teve problemas para conter os avanços do ponteiro direito Sionko, o tcheco que levou mais perigo à defesa suíça no primeiro tempo.
No meio-campo, Jarolim correu muito, mas não conseguiu substituir à altura o grande ausente da República Tcheca, o “maestro” Thomas Rosicky, que não foi convocado por estar contundido.
Cech em grande forma
Os suíços tiveram mais domínio de campo e mais chances de gol, mas esbarraram na muralha tcheca e no goleiro Cech, que mostrou muita segurança no seu jogo de número 60 pela seleção.
Aos 20 min, ele fez uma defesa espetacular com os pés, impedindo o primeiro gol suíço. Aos 35 min, ele rebateu uma bomba disparada por Frei de fora da área, mas Streller estava impedido ao pegar o rebote.
A três minutos do final do primeiro tempo, Frei chocou-se com o lateral-direito Grygera, se contundiu no joelho esquerdo e teve de ser substituído – uma enorme perda para a equipe de Kuhn.
Segundo tempo
Apesar desse choque, a Suíça voltou com muita moral para o segundo tempo, com Yakin no lugar de Frei, e deu continuidade à pressão. Hipermotivado, Magnin entrou tão duro em Sionko que levou o primeiro cartão amarelo do torneio.
Aos 20 min, Yakin teve a quinta chance para abrir o marcador para a Suíça. Nesse momento, Frei voltou ao estádio, usando muletas.
Justamente no momento em que a Suíça estava bem próxima de marcar o primeiro gol, a equipe co-anfitriã sofreu seu segundo choque.
Após uma cobrança de escanteio mal afastada pela zaga suíça, Sverkos, que havia entrado no lugar do gigante centroavante Koller, marcou o 1 a 0 para os tchecos, aos 25 min do segundo tempo.
Nove minutos depois, a Suíça teve a chance de empatar. Barnetta dispurou do centro da área, Cech rebateu e Vonlanthen mandou a bola no travessão.
A sete minutos do final, Köbi Kuhn ainda trouxe Derdiyok, para o lugar do meia Behrami, mas o jogador mais jovem do torneio não conseguiu mais igualar o marcador.
O resultado deixou a decepção estampada no rosto da equipe e da torcida. A Suíça não mereceu a derrota. O próximo jogo da equipe é na próxima quarta-feira contra a Turquia, também na Basiléia.
Cerimônia de abertura
Antes do apito inicial, houve uma curta cerimônia oficial de abertura da Euro, sem discursos políticos, mas com danças e coreografias representando símbolos dos dois países anfitriões, como os Alpes, a valsa austríaca ou a indústria relojoeira suíça.
Ao meio-dia deste sábado, antes a abertura do torneio, o governo suíço recebeu os integrantes do governo austríaco e outras 150 personalidades da política e do esporte.
swissinfo, Geraldo Hoffmann
Na opinião de Umberto Barberis, ex-jogador da seleção suíça e comentarista da Euro para a swissinfo, “os suíços jogaram muito bem, levando-se em conta as cinco chances claras de gol que tiveram. O que fez a diferença foi a eficácia dos tchecos, que aproveitaram sua única chance no jogo. Numa Eurocopa é preciso ser mais eficiente nas conclusões”.
Segundo ele, no primeiro tempo, com dois atacantes, a Suíça dominou o meio-de-campo. “A contusão de Alexander Frei e sua substituição por Hakan Yakin mudou um pouco a situação.”
As substituições foram decisivas na partida, acrescentou. “O técnico tcheco teve a coragem der trocar o atacante Koller por Zverkos, que marcou o gol da vitória. Köbi Kuhn depositou sua confiança em Yakin e Vonlanthen, que também tiveram chances de mar.”
“A probabilidade de permanecer no torneio logicamente não aumentou com essa derrota. Mas gostaria de lembrá-los de que Portugal, há quatro anos, também perdeu sua partida de estréia contra a Grécia, mas mesmo assim chegou à final. Também para nós tudo ainda é possível, com certeza não vamos nos entregar. Ainda não caiu nenhuma decisão.”
Suíça: Benaglio – Lichtsteiner (Vonlanthen), Senderos, Müller, Magnin – Behrami (Derdiyok), Inler, Fernandes, Barnetta – Frei (Yakin), Streller
Técnico: Köbi Kuhn
República Tcheca: Cech – Grygera, Ujfalusi, Rozehnal, Jankulovski – Jarolim (Kovac), Galasek, Plasil – Sionko (Vlcek), Baros – Koller (Sverkos)
Técnico: Karel Brückner
Data: 07/06/2006
Local: Estádio St-Jakob, Basiléia (Suíça)
Público: 42.500 (lotado)
Árbitro: Roberto Rosetti
Assistentes: Alessandro Griselli (Itália), Paolo Calcagno (Itália), Stéphane Lannoy (França)
Gols: Sverkos (RT), aos 25 min do 2T
Cartões amarelos: Magnin (S), Vontanthen (S) e Barnetta (S)
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