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Suíça x Espanha: uma luta de Davi contra Golias

O técnico Ottmar Hitzfeld (centro) quer "um ou dois gols" contra a Espanha. Keystone

A seleção suíça estreia na Copa do Mundo nesta quarta-feira (16/6) contra a Espanha, em Durban, desfalcada pelo meio-campista Valon Behrami e pelo atacante e capitão Alex Frei, que se recuperam de lesões.

Apesar disso, o técnico Ottmar Hitzfeld espera quase um milagre contra a campeã europeia, favorita ao título na África do Sul. “A Suíça precisa marcar um ou dois gols”, diz sem pestanejar.

A “melhor seleção espanhola de todos os tempos” e seu balanço impecável contra a Suíça, porém, dão poucas esperanças a Hitzfeld. Dos 18 confrontos anteriores, a Espanha ganhou 15, empatou três, marcou 45 gols e tomou apenas 15.

As duas equipes já se enfrentaram duas vezes em Copas do Mundo. Em 1966, na Inglaterra, a Espanha ganhou de virada por 2 a 1; em 1994, bateu a Suíça por 3 a 0 nos EUA.

É a nona vez que a seleção suíça participa de um Mundial. Seu melhor desempenho até hoje foi no Brasil, em 1950, quando empatou em 2 a 2 com a equipe anfitriã, em São Paulo, e ficou em sexto lugar.

A Espanha disputa em Durban sua 50ª partida em um Mundial e conta com um saldo de 22 vitórias e 15 derrotas, 12 empates, 80 gols marcados e 57 tomados. Desde novembro de 2006, a “Furia Roja” só perdeu um jogo.

É sua 13ª participação em Copa do Mundo, a nona consecutiva. A melhor também foi a do Brasil, em 1950, quando terminou em quarto lugar. Em várias ocasiões, a Espanha foi cotada entre as favoritas, mas sempre decepcionou.

Medo das bolas paradas

Como no passado, com Ramon Vega e Ricardo Cabanas, também a atual seleção suíça tem um pouco de sangue espanhol. O zagueiro Philippe Senderos tem raízes espanholas (veja link acima).

Ele é um dos suíços temidos pelo goleiro espanhol Iker Casillas, que vê a principal arma do adversário de hoje nas bolas paradas. “Durante as eliminatórias, os suíços marcaram vários gols dessa forma”, disse Casillas. E Senderos marcou alguns deles de cabeça, após cobranças de faltas.

Em entrevista coletiva antes do jogo em Durban, Casillas exagerou ao dizer que “cada jogador suíço pode decidir a partida. A Suíça talvez não seja favorita ao título, mas eles podem complicar a nossa vida”.

Também o técnico espanhol Vicente Del Bosque esbanjou elogios. “A Suíça pode competir com qualquer seleção europeia. Sua fase de classificação foi um éxito total, com um desempenho espetacular e com muita solidez”.

Duelo de mestres da tática

Não há dúvida de que o técnico suíço Ottmar Hitzfeld tentará perturbar o fluxo do perfeito toque de bola espanhol, colocando em campo um time defensivo com apenas um atacante – Blaise Nkufo.

Também Del Bosque poderá escalar apenas David Villa no ataque – Torres começa o jogo no banco de reservas. Mas, ao contrário dos suíços, todos os jogadores espanhóis sabem marcar gols, até o zagueiro Piqué.

A partida de hoje marca também o duelo de dois técnicos que já ganharam a Liga dos Campeões: Hitzfeld, com o Borussia Dortmund e o Bayern de Munique, e Del Bosque, com o Real Madrid. Os dois são mestres da tática.

A superioridade técnica da “geração de ouro” espanhola, porém, é inquestionável. A Espanha é a nova potência do futebol mundial. O jogo em Durban vai ser uma luta de Davi contra Golias. Qualquer coisa menos uma vitória espanhola seria uma grande surpresa.

Geraldo Hoffmann, swissinfo.ch

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