Suíça é recordista em acolhimento de asilados.
Não somente crises e guerras, mas também a própria política restritiva de asilo dos vizinhos europeus, influencia o número de solicitantes de asilo chegam na Suíça.
Nos anos cinqüenta e sessenta, os pedidos de asilo político não passavam de algumas centenas anualmente.
Nos anos setenta, esse número sofreu um aumento vertiginoso: entre 1000 e 3000 pessoas. Porém, somente a partir dos anos oitenta, é que o problema começou a tomar maiores dimensões. Entre 1980 e 1990 o numero de solicitantes de asilo passou de três mil para 36 mil anualmente. Sobretudo refugiados de países que passavam por guerras, como Sri Lanka e do Oriente Médio, fizeram parte desses grupos.
Guerras trazem asilados para a Suíça
Através do fim dos regimes comunistas no leste europeu, a situação agravou-se. A guerra entre os países que compunham a antiga Iugoslávia acabou trazendo uma grande quantidade de refugiados para a Suíça. Em 1991, esse número pulou para 41 mil refugiados. Nos anos seguintes ocorreu uma diminuição considerável, só aumentando em 1999 durante a guerra no Kosovo, quando mais de 46 mil refugiados pediram asilo na Suíça. Em 2000, esse número diminui mais uma vez (17 mil), aumentando então gradualmente nos seguintes, com um acréscimo anual de mais de três mil solicitantes de asilo. Nos primeiros nove meses de 2002 já foram registrados mais de 20 mil refugiados.
Pela população, Suíça é o país que mais recebe asilados
De acordo com estatísticas do Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (UNHCR), a Suíça é o décimo país que mais recebe solicitantes de ajuda entre os 28 países mais desenvolvidos do mundo. Em relação a sua população, a Suíça encontra-se porém em primeiro lugar: entre 1992 e 2001, para cada 1000 habitantes, 3,3 eram solicitantes de asilo político. A Suécia e a Noruega seguem com 2,57 e 2,27.
Para diminuir o número de refugiados, alguns países europeus introduziram regras mais rígidas de asilo nos últimos anos. Como revelam as estatísticas da UNHCR, a Alemanha, Bélgica, Holanda, Noruega e Espanha conseguiram reduzir em 30% a quantidade de solicitantes de asilo no primeiro semestre de 2002, em comparação com o mesmo período no ano passado. A Dinamarca alcançou 49%. A Suíça, que também modificou suas leis de asilo, chegou a reduzir apenas 3%.
Muitos refugiados retornam aos seus países
Apesar do fato de normalmente os refugiados acabam ficando nos países que os recebem, uma grande quantidade deles retorna para seus países, assim que as situações de crise se encerram.
Se nos anos 70 viviam na Suíça 20 mil refugiados, em 1990 esse número passa para 89 mil. Em 1999, ele chega a 133 mil. Dois anos depois (2001), uma grande parte dos refugiados do Kosovo retornam ao seu país, o que reduz o número de refugiados na Suíça para 94 mil em 2002 (dados até setembro).
Atualmente, 1,4% da população na Suíça é de asilados políticos. Comparando-se com o numero de estrangeiros, eles seriam 6,6% destes.
swissinfo com agências
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