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Vacinas contra Aids tem testes marcados

Jornada mundial contra a Aids, em 1° de dezembro de 2002 Keystone

Os primeiros testes de duas vacinas começam em junho, em Lausanne, na Suíça. Europeus e americanos assinam acordo em junho.

No entanto, a fase de testes será longa e uma vacina não será disponível antes de 8 anos, no mínimo.

As pesquisas para encontrar uma vacina preventiva contra o virus da AIDS começaram há quase 20 anos e o Hospital Universitário de Lausanne (CHUV), oeste da Suíça, está bem avançado nessa área.

Dois tipos de vacina

Em junho, duas vacinas começam a ser testadas na Suíça e também na Grã-Bretanha. Posteriormente, os mesmos testes serão feitos na Holanda, Espanha, Itália e Alemanha.

Os testes simultâneos na Suíça e na Grã-Bretanha são parte do projeto EuroVacc, iniciado há 5 anos e do qual participam 30 equipes de pesquisadores em 8 países europeus.

Dois tipos de vacina profiláctica (preventiva) serão testados. O primeiro é do tipo ADN, uma espécie de codificação de proteínas virais.

A idéia é estimular o organinismo humano a produzir glóbulos brancos para atacar as células infectadas mas também criar anticorpos para neutralizar a infeccão.

O segundo é chamado “vetor viral” e funciona sob o mesmo princípio. Só que ao invés de proteínas, utiliza-se um virus sintético chamado NYVAC.

4 fases de testes

Os testes serão feitos em quatro fases e, se tudo der certo, a comercialização pode ocorrer dentro de 8 anos, no mínimo.

“Em junho, vamos recrutar 80 voluntários”, explica Jean-Pierre Kraehnbuhl, vice presidente do projeto EuroVacc e professor do Instituto de Bioquímica da universidade de Lausanne.

Esse primeiro grupo será de pessoas saudáveis e será medida a tolerância e as reações às vacinas.

A segunda fase de testes para medir a resposta imunitária será com voluntários de grupos de risco de contágio do virus (homossexuais, toxicômanos, prostitutas, turistas sexuais).

Nessas duas primeiras fases, não haverá qualquer risco para os voluntários testados, garante o Dr. Kraehenbuhl. “Não injetaremos o virus da Aids em ninguém e o virus sintético não tem qualquer risco de desenvolver a doença”, afirma.

Acordo Europa EUA

Depois das duas primeiras fases para medir a tolerância às vacinas, a terceira fase será para testar a eficácia das vacinas. Esse fase, mais delicada, será feita também na Europa.

Enfim, a quarta fase será o teste de eficácia em escala maior, nos países em que houve muita gente contaminada com o virus como na África, Ásia e Leste da Europa.

Para essa quarta vez, já existe acordos com países como Tanzânia, Ruanda, África do Sul, China e Rússia, segundo Kraehenbuhl. Ele explica que, para confirmar a eficácia de uma vacina, é preciso testá-la em escala maior.

Os resultados das análises serão concentrados no CHUV, em Lausanne.

Os Estados Unidos têm um projeto similar o EuroVacc e que se chama HVTN. Mas, pela primeira vez, europeus e americanos assinarão um acordo de cooperação, em maio, que vai validar as vacinas nos Estados Unidos e na Europa.

Essa colaboração poderá permitir o acesso às vacinas de amplas camadas da população.

Os custos estimados da fase de testes de 20 a 30 milhões de euros, algo como 20 mil euros por pessoa testada. O financiamento será da União Européia (UE), dos Estados Unidos, da Fundação EuroVacc e de várias empresas.

swissinfo/Jean-Louis Thomas

– Início dos testes na Suíça: junho de 2003

– Duração dos testes no mundo: cerca de 4 anos

– Comercialização eventual da vacina: 2010

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