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A abertura dos Jogos de Paris: uma aposta bem-sucedida de Macron

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Prometeram um espetáculo “único”, um desafio “impossível” que se tornou realidade, um Sena transformado em palco da história da França: o sucesso da cerimônia de abertura de Paris-2024, apesar da chuva, é também a aposta triunfante de Emmanuel Macron.

A sabotagem contra a rede ferroviária francesa na sexta-feira, horas antes do evento, mostra que os riscos de segurança em torno dos Jogos Olímpicos não se dissiparam completamente. 

Mas o presidente francês, em uma posição difícil na esfera política, pode levar o crédito por ter acreditado e defendido a realização da cerimônia no rio Sena e esperar que isso exalte o “orgulho francês”.

“Obrigado a todos que acreditaram. Falaremos sobre isso daqui a 100 anos! Conseguimos!”, comemorou Macron em sua conta na rede social X, na qual elogiou uma “grande cerimônia” e um “momento único e mágico”. 

Tanto ele como sua equipe recordaram insistentemente nos últimos dias o envolvimento pessoal do presidente na preparação dos Jogos e no grande espetáculo de abertura.

No início desta semana, o presidente prometeu uma cerimônia “absolutamente única”, pela “primeira vez” fora de um estádio. E embora no início tenha parecido “completamente louco e não muito sério”, acrescentou “nunca ter duvidado” que seria possível, em entrevista ao jornal Le Parisien. 

Seu entorno também recorda que a ideia “despertou muita atenção e preocupação” por parte dos responsáveis pela segurança. Meses antes, Macron teve de reconhecer publicamente que havia “planos B e C” no caso de uma ameaça terrorista. 

“É difícil apreciar as poucas cenas de sucesso entre as Maria Antonietas decapitadas, o trio que se beija, as drag queens, a humilhação da Guarda Republicana forçada a dançar com Aya Nakamura, a feiura geral dos vestidos e da coreografia”, protestou a eurodeputada de extrema direita Marion Maréchal.

Mas a nível global, apesar de algumas críticas de seu próprio campo ideológico, as cenas que retrataram a história de França, a atuação de Lady Gaga e o retorno de Céline Dion foram bem recebidas. 

“Macron precisa disso a nível de imagem, a nível político e a nível pessoal, porque desde a dissolução da Assembleia Nacional é um momento extremamente difícil para ele, ele quase desapareceu, está constantemente na defensiva”, analisa o especialista em comunicação Philippe Moreau Chevrolet. 

“Isso pode dar um pequeno impulso, pode trazer um pouco de serenidade em um momento em que o clima do país é muito negativo”, afirma.

fff/hr/dlm/es/yr/fp

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