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CERN comemora 50 anos

O globo da ciência e inovação oferecido pela Suíça. Keystone

Personalidades e cientistas celebram o 50o aniversário do Instituto Europeu de Pesquisa Nuclear, mais conhecido pelas iniciais “CERN”.

Desde a sua criação, o primeiro laboratório de física de partículas no mundo já fez importantes descobertas. A mais conhecida delas é a própria Internet.

Sua equipe de pesquisadores e outros especialistas vêm de oitenta diferentes países e e sua ambição é revelar os segredos da origem do universo. O CERN é um laboratório único no mundo.

Hoje (19 de outubro), representantes dos governos da Suíça, França e Espanha se reúnem para comemorar os sucessos da instituição através de uma festa conjunta.

Essa será a ocasião para inaugurar o globo da ciência e inovação, um presente de aniversário do governo suíço ao CERN. A grande esfera de madeira simboliza a partilha de conhecimentos científicos entre os países do mundo e acolhimento aos visitantes.

Espírito do CERN

“Há 50 anos, o CERN é ponto de encontro para cientistas de todos os países, culturas, religiões e origens étnicas do mundo”, explica o suíço Charles Kleiber, secretário de Estado para a Ciência. “Nos seus laboratórios, as diferenças políticas entre cidadãos de outros países são absolutamente inexistentes”.

Para o diretor-geral Robert Aymar, “a identidade internacional do CERN teve um impacto social, cultural e econômico muito importante para Genebra”.

“Antes mesmo da criação do CERN, Genebra já era uma cidade internacional. Porém a ciência é uma linguagem internacional falada nos seus laboratórios”.

Uma aventura científica

Criado em 1954 por doze países fundadores, incluindo a Suíça, o CERN foi um dos primeiros projetos conjuntos de países europeus no continente do pós-guerra.

Hoje em dia, vinte nações estão implicadas no projeto. Nas suas instalações cientistas israelenses colaboram com colegas árabes, ou indianos com paquistaneses. O desafio comum é resolver enigmas da natureza.

Geograficamente, o centro do quartel-general do CERN está em Genebra, mas seu laboratório subterrâneo gigante – o maior do mundo – se estende até a França vizinha.

Segundo Charles Kleiber, o caráter multicultural e multinacional do projeto alimentou um espírito de “ciência sem fronteiras” na Europa e no mundo.

“É interessante notar que o CERN é suíço, mas também francês e europeu”, constata o representante do governo helvético. “Ele constitui um elo de ligação entre nações européias e demonstra que a aventura científica é uma aventura em comum, que diz respeito a todos os países”.

Além disso, como ocorre com a Rússia e a Turquia, diversos países não-europeus como a Índia, o Japão e os Estados Unidos têm o status de observador dentro da organização.

Três Prêmios Nobel

Nos últimos anos, as pesquisas conduzidas no CERN permitiram aos físicos da instituição obter três Prêmios Nobel e efetuar diversos avanços significativos em matéria de tecnologia e engenharia.

O “World Wide Web”, por exemplo, é uma criação caseira. A tecnologia, que gerou o que hoje é conhecida como “Internet”, foi desenvolvida no início dos anos 90 para melhorar a comunicação entre físicos de partículas, mesmo eles estando em diferentes países do mundo. Atualmente a tecnologia é utilizada por milhões de usuários da rede eletrônica.

O CERN também teve um papel muito importante no desenvolvimento de aceleradores de partículas. Utilizados na indústria, medicina e na pesquisa, esses aparelhos produzem irradiações de partículas com elevados níveis de energia.

O mais recente projeto da instituição é o desenvolvimento do LHC (“Large Hardon Collider”), um acelerador de partículas tão possante que permitirá aos cientistas de melhorar os conhecimentos humanos sobre as quatro forças de coesão da matéria.

O LHC deverá estar pronto a partir de 2007. Os pesquisadores esperam que a nova máquina possa sondar tão profundamente a matéria, que será talvez possível desvendar alguns dos segredos do universo.

swissinfo, Anna Nelson
traduzido por Alexander Thoele

O CERN é o mais importante laboratório de física de partículas no mundo.
O estudo da física de partículas requer equipamentos sofisticados e caros, que países individualmente nunca conseguiriam financiar.
Mais de sete mil cientistas, vindos de 80 diferentes países, trabalham nos projetos do CERN.
Em Genebra, o CERN empresa três mil pessoas.

– O CERN é um laboratório dedicado ao estudo de elementos de base da matéria e das forças que as unem.

– A convenção que marcou sua criação foi assinada em 29 de setembro de 1954 pelos doze países fundadores, que pretendiam dotar a Europa de um laboratório nuclear e de física de partículas com nível mundial.

– A instituição também foi concebida para aproximar nações e promover a paz através da ciência, após a experiência traumática da Segunda Guerra Mundial.

– Hoje em dia, o CERN possui 20 países membros e recebe quase a metade dos físicos de partículas do mundo.

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