Força de trabalho suíça envelhece
O Fórum Econômico Mundial (WEF) publica o “Relatório Internacional sobre Pensões” em que adverte sobre a crescente dificuldade de pagar aposentados a partir de 2030. A Suíça não é uma exceção.
O WEF exorta os governos a aplicarem medidas de criação de empregos em tempo parcial para trabalhadores com mais de 55 anos.
O envelhecimento da população mundial avança em passos gigantes e a Suíça não é uma exceção. O grande risco e que num futuro próximo não hajam mais recursos para pagar as aposentadorias.
Atualmente na Suíça, para cada aposentado existem 3,6 trabalhadores ativos que permitem cobrir as necessidades financeiras e os serviços de seguro social da massa de inativos.
O panorama será muito distinto a partir de 2030, pois só existirão 1,8 trabalhadores ativos para cada aposentado.
Essa inquietude é refletida pelo WEF no seu “Estudo Internacional sobre as Pensões”, documento que foi elaborado para ser apresentado durante o encontro anual que ocorre em Davos, entre 21 e 25 de janeiro.
Situação na Suíça
O “baby boom” posterior a Segunda Grande Guerra Mundial já pertence ao passado. O dinamismo dos nascimento reduziu seu ritmo pela metade, passando de 2,28% em 1950 para 1,38 em 2000. E qualquer sistema de pensões em que haja dois trabalhadores por cada aposentado terminará por se implodir e gerar complicações ao país, considera o WEF.
Para amenizar o problema da “taxa de dependência” (número de aposentados em relação ao número de trabalhadores), o governo suíço deverá modificar sua política de emprego a partir de medidas concretas como a reintegração ao mercado de trabalho para a população com mais de 55 anos, mesmo sendo o emprego apenas em tempo parcial.
Nesse sentido, é considerada correta a medida governamental de elevar, a partir de 2005, de 62 para 64 anos a idade de aposentadoria para as mulheres. A dos homens permanece em 65 anos.
Dentro do contexto suíço, como explica o estudo em que participou também Watson Wyatt Worldwide, empresa especializada em políticas de trabalho, medidas como empregar os trabalhadores mais idosos permitiriam que, a partir de 2030, aumente a proporção para 2,3 trabalhadores ativos para cada aposentado (ao invés de 1,8).
Ásia como futura potência
A qualidade e expectativa de vida na Suíça é uma das mais altas no mundo. Homens podem aspirar a viver 81,42 anos e as mulheres 85,58 anos.
A idade média da população suíça é, atualmente, de 41 anos. Em 2003 ela será de 48 anos. Nesse sentido, o habitante médio de qualquer um dos 26 cantões estará a menos de 20 anos de concluir sua vida produtiva.
Por isso, os economistas do WEF estimam que, no início da quarta década do século XXI, o potencial estará baseado num outro continente. Dentro das reflexões apresentadas no estudo, a Ásia é o continente do futuro.
No Japão, uma potência industrial, o contexto não será tão bom como aspira seu governo. Atualmente a taxa de natalidade da sua população é tão baixa que, dentro de 25 anos, o país terá de multiplicar por onze a imigração atual para responder à necessidade de mão-de-obra.
Em contrapartida, a Índia terá mais de 335 milhões de trabalhadores antes de 2030, número que corresponde ao número de aposentados que terão os países da União Européia e os Estados Unidos juntos no mesmo período. A China terá um superávit de força de trabalho de mais de 300 milhões de pessoas. Estas poderão até ser “exportadas” a países em “déficit”.
swissinfo, Andrea Ornelas
traduzido por Alexander Thoele
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