O dia mais quente do ano

Crianças se refrescam nas 26 fontes de água construídas frente ao Parlamento federal em Berna. swissinfo.ch

Quinta-feira, 28 de julho: segundo os meteorologistas, este foi o dia mais quente do ano na Suíça. As temperaturas chegaram a 36 graus em cidades como Genebra.

Suíços buscam refúgio nos lagos e rios do país. Até mesmo monumento nacional como as fontes de água frente do Parlamento são utilizadas para combater o calor.

Na noite de quarta-feira para a quinta (28 e 29 de julho), a temperatura não desceu da marca dos 20 graus centígrados em diversas regiões da Suíça. Nos jornais, muitos editorialistas já falavam de uma “noite tropical”.

O recorde foi registrado em Genebra, onde os termômetros marcaram 36,2 °C. Em 2003, quando as temperaturas bateram recordes inéditos em toda Europa, a segunda maior cidade chegou a registrar 36,5 °C.

Outras marcas impressionantes para a maior parte dos suíços foram vistas em cidades como Chur (35,4 °C), Sitten (35,2 °C) e Basiléia (34,6 °C). Mesmo em Zurique, a grande metrópole helvética, os termômetros marcaram temperaturas entre 33,4 e 32,4 °C.

O verão também chegou também nas montanhas. No Jungfraujoch, a estação ferroviária mais alta da Europa, o termômetro marcou 10,5 °C.

Proteção ao trabalhador

Devido ao calor dos últimos dias, o sindicato UNIA conclamou os patrões a oferecer melhores condições de trabalho aos operários da construção civil, mais expostos ao sol e aos riscos de desidratação e insolação do que outras categorias profissionais.

Na opinião do sindicato, pouco é feito nos canteiros de obras do país para proteger o trabalhador. Medidas paliativas seriam o fornecimento de água fresca, óculos de sol, capacetes e vestimentas mais leves e protetor solar. Para aqueles que operam máquinas em cabines fechadas, como os guindastes, aparelhos de ar condicionado poderiam também ser instalados, já que as temperaturas nesses locais podem chegar nos dias mais quentes até a 50 °C.

Fuga nos lagos e rios

Como a Suíça não dispõe de praias, a salvação para muitas pessoas que estão sofrendo no calor é um mergulho nos rios e lagos. O único problema é quando a água esquenta: em lugares como os lagos de Biel e de Moos, no cantão de Berna, a água atingiu nos últimos dias temperaturas entre 24 e 26 graus.

Sites na Internet como o “www.wiewarm.ch” exibem informações instantâneas sobre as temperaturas e condições em várias piscinas ao ar livre na Suíça.

Na capital, crianças e adultos utilizavam as 26 fontes de água, construídas frente ao Parlamento federal para simbolizar os cantões do país, para se refrescar.

swissinfo, Alexander Thoele

Fatos

Os recordes de temperatura já verificados na Suíça:
a mais elevada: 41,5 °C em Grono, no cantão dos Grisões, em 11 de agosto de 2003.
a mais baixa: – 41,8 °C em La Brévine, no cantão de Neuchâtel, em 12 de janeiro de 1987.
o lugar com as temperaturas mais temperadas: Locarno, com a média anual de 11,5 °C.
o lugar mais frio do país: o Jungfraujoch, a estação ferroviária mais alta da Europa (altitude: 3.454 metros) com uma média de – 7,9 °C.

Breves

As pessoas mais idosas sofrem no verão, pois seu sistema de termo-regulação já não é tão eficiente como para os mais jovens. Elas normalmente transpiram menos e sentem, dessa forma, menos a necessidade de beber. Por isso o risco de desidratação é tão grande nessas idades.

No verão recorde de 2003, mais de 14.802 pessoas, em grande parte idosos, morreram na França nos vinte primeiros dias de agosto.

O calor também traz problemas para a saúde, pois a poluição aumenta assim como o nível de ozônio – e acelera a deterioração dos alimentos.