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Pastor mumificado do Tirol morreu de morte violenta

A causa do falecimento pode ser determinada sem autópsia para não danificar a múmia.

Oetzi, o homem do neolítico descoberto em 1991, morreu do ferimento de uma artéria perto do ombro, segundo uma equipe de cientistas ítalo-suíços.

O Instituto de Anatomia da Universidade de Zurique participou dessa pesquisa publicada no Journal of Archaeological Science e brevemente na National Geographic.

Muitas pesquisas já foram feitas sobre a célebre múmia (3.300 anos antes de Cristo), encontrada dentro de uma geleira dos Alpes, na fronteira entre a Itália e Áustria. Elas permitiram supor que Oetzi era um pastor que levava rebanhos do vale para as pastagens de montanhas mais ao norte.

Os cientistas também puderam formular hipóteses sobre seu peso, região de nascimento e seus deslocamentos. Determinaram ainda que sua última refeição foi composta de cervo e cereais.

Uma morte violenta

Quanto à morte de Oetzi (como foi denominado), os pesquisadores supunham que deveria ter sido violenta, depois de um combate contra outras pessoas.

Os examens radiológicos feitos por um grupo de pesquisa italo-suíço confirmaram com certeza que a causa direta da morte foi mesmo a ponta de uma flecha encontrada em seu ombro.

As análises feitas com a colaboração do Instituto de Anatomia da Universidade de Zurique – cujos resultados foram publicados no
Journal of Archaeological Science e o serão brevemente na National Geographic Magazin – demonstram a laceração de uma artéria perto do ombro esquerdo e um hematoma em volta da laceração.

“Considerando os dados históricos e atuais acerca da mortalidade provocada por um tal ferimento, é claro que o homem da geleira sucumbiu rapidamente”, sublinha o professor de anatomia Frank Rühli em um comunicado da Universidade de Berna divulgado quarta-feira (06/06).

Ele acrescenta que o escâner utilizado para os exammes permitiu determinar a causa do falecimento sem recorrer a uma autópsia, o que teria danificado o corpo.

Testemunha da vida de 5.000 anos atrás

O corpo continua à disposição dos pesquisadores para estudos mais aprofundados visando conhecer o ambiente em que viva o homem pré-histórico no momento de sua morte.

Em estado de conservação “excepcional”, segundo Frank Rühli, Oetzi pode revelar outros segredos aos cientistas, sem falar da fascinação suscitada por essa múmia glacial.

“Esse homem transportava sacos e roupas da época. Ele não estava vestido com a indumentária tradicional dos mortos”, afirmou o professor de anatomia a swissinfo. “Isso é extremamente raro e precioso poque podemos ter um instantâneo da vida cotidiana de 5 mil anos atrás.”

swissinfo

Oetzi foi descoberto por acaso em 1991 por turistas em uma geleira alpina, na fronteira entre a Itália e a Áustria, a 3.120 metros de altitude.

Morto provavelmente aos 46 anos de idade, ele media 1,60 m e pesava 40 kg.

Sabe-se também que ele tinha artrite e parasitas no intestino.

Ele tinha flecha alojada no ombro esquerdo.

A pesquisa com múmias tornou-se uma ciência interdisciplinar. Ela requer colaborações mundiais e permite obter informações importantes sobre doenças e culturas.

Em Zurique, a Universidade dirige há uma década o «Swiss Mummy Project». O objetivo é analisar a vida, as causas de morte e as mudanças pós-morte (como a embalçamação, por exemplo) de múmias de interesse histórico.

São utilizadas técnicas não-invasivas, mais exatamente métodos radiológicos como a tomografia.

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