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Pesquisadores descobrem a origem da asma

Talvez um dia os asmáticos poderão viver sem inalações. Keystone Archive

Pesquisadores suíços afirmam ter descoberto a causa do crescimento anormal das células musculares dos brônquios que dificulta a respiração.

A equipe de cientistas da Universidade de Basiléia trabalha com novas perspectivas terapêuticas para 150 milhões de pessoas.

A descoberta dos pesquisadores suíços foi publicada quinta-feira (05.08) no New England Journal of Medicine.

Michael Tamm, responsável de pneumonologia no Hospital Universitário de Basiléia (noroeste da Suíça), precisa que a pesquisa visava determinar as causas do crescimento anormalmente rápido das células musculares dos brônquios.

“Descobrimos a causa dessa expansão. Falta a essas células um fator chamado CEBT-alpha que serve justamente para retardar o crescimento delas”, explica.

Até aqui, a ciência ignorava a causa da anomalia brônquica que provoca a asma.

Um avanço

Michael Tamm afirma que o passo decisivo foi dado quando sua equipe – em colaboração com Universidade de Sydney, na Austrália – conseguiu corrigir a produção celular desse músculo defeituoso.

“Retiramos das células de músculos brônquicos doentes, colocamos em cultura e observamos”, explicam o cientista. “Quando colocamos um marcador nessas células, descobrimos que o músculo estava estabilizado.”

A Organização Mundial de Saúde(OMS), em Genebra, estima que a asma causa a morte de 180 mil pessoas por ano, em todo o mundo, e que o número de doentes aumenta 50% a cada dez anos.

A doença pode ser controlada com o uso de inaladores mas não existe tratamento. A grande maioria dos asmáticos tomam remédio a vida inteira.

Pesquisa terapêutica

Segundo a equipe de pesquisadores de Basiléia, a próxima etapa será encontrar um tratamento para corrigir o crescimento anormal das células musculares de maneira permanente.

“Atualmente, a asma só pode ser controlada eliminando (temporariamente) a inflamação do músculo brônquico. Mas a doença reaparece quando o tratamento é interrompido. Aprendemos agora que pode haver uma perspectiva de curar a doença e não apenas tratar os sintomas”, explica Michael Tamm.

Segundo a OMS, cerca de 8% da população suíça sofre de asma. Menos de 30 anos atrás, a proporção era de 6%

Michael Tamm adverte que um tratamento só será acessível dentro de “alguns anos”, tempo necessário para elaborar um remédio e testá-lo segundo as normas vigentes.

“Claro que não para já, mas agora sabemos quais células devemos tratar”.

swissinfo, Ramsey Zarifeh

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 150 milhões de pessoas sofrem de asma em todo o mundo.
A OMS estima que 180 mil pessoas por ano morrem em conseqüência da asma.
Cerca de 8% da população suíça sofrem da doença, 2% a mais do que 30 anos atrás.

– A asma tem uma série de sintomas que se resumem em dificuldade respiratória porque o ar circula mal nos brônquios, principalmente na expiração.

– A doença aparece geralmente da infância e na terceira idade.

– Atualmente, trata-se apenas os sintomas porque não existe remédio que possa curar a doença.

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