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Trabalhar na Suíça fica mais difícil

Trabalhador sem qualificação não tem vez. Keystone Archive

Governo limita número de trabalhadores estrangeiros que não sejam da União Européia e EFTA. A tendência é restringir a imigração de trabalhadores "exóticos", mesmo altamente qualificados.

Quatro mil podem ter autorização anual. E 5.000 por período mais curto.

Quem não for cidadão da União Européia ou da EFTA (Associação Européia de Livre Comércio) – que inclui, além da Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein – mesmo altamente qualificado, pode encontrar problema em conseguir emprego na Suíça.

A exemplo da Europa, que aperta os parafusos – também no combate à imigração clandestina e aos requerentes de asilo -, o governo suíço limita autorizações anuais de trabalho para cidadãos de “estados terceiros” a 4 mil pessoas.

E para os contratados por prazos inferiores a um ano, a tolerância vai apenas a 5 mil…

As duas cifras valem para o período que vai de 1° de novembro de 2002 a 31 de outubro de 2003. Mas posteriormente nada indica que a situação fique melhor. Ao contrário.

Não qualificados não têm vez

Em todo o caso, o governo suíço, que já fixara limites no ano anterior, estima que tendo em conta a evolução do mercado do trabalho, o princípio se justifique.

No momento, a única saída para trabalhadores não qualificados é conseguir realizar estágios na Suíça. Eles podem ficar no país 18 meses. A esse respeito a acordos com mais de 20 países. Tirando Portugal, cujos cidadãos são aceitos pelo fato de pertencerem à União Européia, nenhum outro país de língua portuguesa é beneficiado.

Regras brandas para europeus

O regime imposto pela Suíça aplica-se então unicamente a cidadãos que não tenham passaporte de um dos 15 países da União Européia e dos 4 da EFTA.

Os cidadãos da Europa ocidental estão sujeitos a regulamento bem menos rígido, em função de acordos bilaterais. No caso, o acordo sobre a livre circulação de pessoas, vigente desde junho, e que, aliás, suprimiu o estatuto do trabalhador sazonal (temporário).

Para os “cidadãos europeus” podem ser concedidas 15.300 autorizações anuais e 115.700 para períodos de curto prazo. Mas essa cota não foi preenchida.

Forte contingente de clandestinos

Dentro de cinco anos, os trabalhadores da União Européia terão livre acesso ao mercado de trabalho suíço, nos lembrou Mario Tuor, da Secretária Federal dos Estrangeiros, sediada em Berna.

Em tempo: na Suíça há dezenas de milhares de trabalhadores clandestinos. Dependendo da fonte a cifra oscila entre 70 mil e 300 mil…

swissinfo/J.Gabriel Barbosa

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