Encontro histórico acontece 50 anos depois
Três dos quatro fundadores da poesia concreta reuniram-se no pavilhão do Brasil no Salão do Livro de Genebra. Humberto de Campos não pode viajar por razões de saúde.
Os brasileiros Décio Pignatari e Augusto de Campos e o suíço Eugen Gomringer explicaram a orígem e a evolução do concretismo na poesia.
Poesia subversiva
Augusto de Campos nem conhecia Gomringer pessoalmente. O poeta suíço, ele mesmo inspirado pelo artista alemão Max Bill, esteve também na origem do movimento e contribuiu para sua difusão internacional.
Gomringer explicou que a poesia concreta foi uma revolução estética na Suíça. Décio Pignatari, que manteve contatos com artistas franceses e alemães nos anos 50, lembrou que a poesia concreta teve conotações políticas no Brasil porque era vista como subversiva.
Augusto de Campos continua entusiasmado com o concretismo e lembra que pelo menos duas gerações de artistas brasileiros já foram influenciados pelo movimento.
Versão francesa
Augusto nega-se a julgar a importância da poesia concreta na poesia brasileira mas diz a linguagem virtual atual adota os mesmos princípios, 50 anos depois.
Por ocasião do Salão de Genebra, está sendo lançada a versão francesa de “Desposia”, de Augusto de Campos. Um espetáculo poético-musicial-visual com o mesmo título foi apresentado sexta-feira, no Salão do Livro de Genebra.
O encontro dos concretistas foi organizado pela Associação Brasil, Arte e Cultura, de Genebra, que visa mostrar os vínculos entre a Suíça e o Brasil e aspectos desconhecidos da cultura brasileira.
swissinfo/Claudinê Gonçalves
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