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História do jogador “sumido” está resolvida

Rafael voltou aos treinos e deve jogar quarta-feira. Keystone

O atacante Rafael voltou aos treinos terça-feira e deverá jogar na quarta pelo campeonato suíço.

O jogador está contente, o clube satisfeito, o empresário e o acompanhante também. Ou seja, um final feliz ou como se nada tivesse acontecido.

A história do talentoso atacante do FC Zurique, Rafael de Araújo, 21 anos, terminou como uma novela qualquer: os protagonistas casaram-se no final e viverão felizes para sempre … ou até o próximo divórcio.

Acaba em pizza

Em comunicado divulgado terça-feira pelo clube, o FC Zurique afirma que Rafael retomou os treinos, desculpou-se com os colegas da equipe por sua ausência “injustificada” à partida de domingo e aos treinos da segunda-feira e deverá jogar quarta-feira pelo campeonato suíço. O clube acrescenta que o contrato de Rafael é “sólido e correto” e conclui que, para o FC Zurique, “o caso está encerrado”.

O jogador falou brevemente a swissinfo e tem uma versão um pouco diferente. “Não mudou nada no meu contrato e com meus camaradas hoje no treino foi só gozação de que eu fui seqüestrado”. Questionado acerca da reunião de segunda-feira à noite entre um “representante” do jogador, um empresário e o clube, Rafael disse que “eles acertaram lá entre eles”.

Toni Duarte, que afirma ser amigo do jogador e da família há 8 anos, confirmou a swissinfo que “tudo está resolvido” mas que “ficou combinado que o único que fala com a imprensa é Fredy Bickel” diretor esportivo e assessor de imprensa do FC Zurique.

Ou seja, após três ou quatro dias de rebuliço, troca de acusações e ameaças, tudo deve acabar à mesa de uma das boas pizzarias de Zurique.

Queixas na polícia

A história começou quinta-feira passada com a chegada a Zurique de Toni Duarte e do empresário André Cury Marduy. Queriam a revisão do contrato de Rafael mas, segundo outras fontes, cobrar comissões pela transferência do jogador do FC Chiasso, clube da segunda divisão suíça, para o FC Zurique, vice-líder atual da primeira divisão.

As negociações com o clube ocorreram mal e eles foram acusados pelo diretor esportivo do FC Zurique, Fredy Bickel, de exercer “pressões, extorsão e chantagem”. Um empresário suíço, Max Urscheler, conhecido de Cury, participou das discussões.

Acordo de cavalheiros

O caso complicou-se sábado quando, ao final do treino, o jogador saiu com Duarte e Cury e não apareceu para o jogo de domingo, pelo campeonato suíço. O clube registrou queixa na polícia por seqüestro e chantagem. o trio reapareceu segunda-feira e compareceu espontaneamente à polícia. O clube retirou a queixa por seqüestro mas manteve a queixa por chantagem.

Segundo a agência de notícias suíça ATS, o FCZ pagou 500 mil francos suíços ao FC Chiasso pelo passe de Rafael. O diretor esportivo do FC Zurique, Fredy Bickel disse à agência que “os empresários brasileiros queria receber a mesma soma paga pela transferência do jogador”.

Os detalhes do acordo de cavalheiros na reunião de segunda-feira à noite, da qual também participou o presidente do FC Chiasso, o ex-jogador Marco Grassi, provavelmente nunca serão divulgados.

Pelo contrato recentemente prolongado até 30 de junho de 2009, o jogador receberá 200 mil francos suíços por ano. Bickel disse à ATS que esses números não eram falsos mas precisou que “quase 50% do salário do jogador será em prêmio por desempenho”.

O mais importante é que o principal interessado vai continuar jogando. Rafael de Araújo está no FC Zurique há menos de um ano, prolongou recentemente seu contrato até junho de 2009 e já marcou 12 gols pelo FC Zurique no campeonato que ainda não terminou.

swissinfo, Claudinê Gonçalves

– Rafael de Araújo jogou no Vitória da Bahia, no Juventus de São Paulo e no Chiasso, segunda divisão suíça.

– Está há menos de um ano no FC Zurique, vice-líder atual do campeonato suíço da primeira divisão. O atacante marcou 12 gols na temporada, até agora. Ele tem contrato até 2009.

– Segundo o clube, ele vinha sendo pressionado por dois empresários brasileiros, que se dizem proprietários do jogador. Eles exigiam do clube aumento salarial para o jogador e comissões pela transferência.

– Rafael treinou sexta-feira e saiu com os dois empresários. Não apareceu para o jogo de domingo e o clube deu queixa na polícia por chantagem e seqüetro.

– Segunda-feira (24), Rafael apresentou-se espontaneamente na polícia e voltou aos treinos terça-feira, depois de um acordo entre empresários brasileiros e o clube.

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