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Ministros suíços ganham “amigos virtuais” no Facebook

O governo suíço procura o contato com a população Keystone

Estudante de Economia cria perfis dos sete ministros suíços na rede social Facebook, permitindo aos usuários um novo olhar sobre o governo.

Bertil Suter diz que quer atingir público jovem que não lê jornal e oferecer uma plataforma para a discussão política na Suíça.

Com uma foto oficial que mostra os integrantes do primeiro escalão em meio a uma multidão, o Bundesrat (governo federal) manifestou sua intenção de buscar a proximidade com o povo em 2008.

Aparentemente, o contato entre os sete ministros e o povo suíço também pode ocorrer via internet. Pelo menos extra-oficialmente os perfis deles se encontram na rede social Facebook, onde já conquistaram “amigos” virtuais.

Bertil Suter, estudante de Economia de Neuchâtel (oeste da Suíça), criou os perfis, inspirado pela popularidade alcançada por outras personalidades, como o tenista Roger Federer, no Facebook.

“Não se encontra importantes líderes políticos suíços no Facebook. Minha ação é uma tentativa de colocar a política suíça mais ativamente na internet”, explica Suter à swissinfo.

Segundo ele, a maioria dos partidos e políticos se restringem à uma apresentação estática em seus websites.

Governo não reage

Até agora, não houve uma reação oficial à iniciativa, embora o assunto tenha sido discutido na administração federal. Funcionários públicos consultados pelo estudante teriam informado que não há motivo para qualquer intervenção enquanto os conteúdos não forem difamatórios ou falsos.

Suter garante que é a primeira vez que toda uma equipe de governo nacional aparece no Facebook. Em outros países, apenas alguns ministros teriam dado esse passo, como a ministra francesa de Educação e Pesquisa, Valérie Pécresse.

Para o estudante, a rede social virtual oferece ao Bundesrat a possibilidade de encontrar o cidadão comum, “o que não acontece com freqüência suficiente, como admitem ministros”.

Arma eleitoral

Nos EUA e na Austrália, os sites de redes sociais já são usados em campanhas eleitorais. Na Espanha, por exemplo, o primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero tem um perfil no Facebook e vários outros políticos se apresentam no MySpace.

Peritos advertem, porém, que o contato direto com os eleitores na rede não necessariamente garante mais votos nas urnas.

A iniciativa de Suter tem menos a ver com votos – o governo suíço é eleito pelo Parlamento, cuja última eleição ocorreu em outubro – do que com a idéia de aproximar da política os jovens usuários do Facebook.

“Quero atingir o público que não lê o jornal todas as manhãs”, ressalta o estudante. “O site do governo, que eu criei, pode se transformar numa plataforma de discussão para a política suíça e motivar as pessoas a se tornarem politicamente ativas.”

Suter, que não revela sua tendência política e não tem ficha partidária, diz que seu objetivo é conquistar o maior número possível de “amigos” para os ministros.

Até agora, a ministra das Relações Exteriores, Micheline Calmy-Rey, atraiu o maior número de interessados, seguida pelo presidente Pascal Couchepin, com quem cerca de 400 usuários já selaram uma amizade vitual.

Na Suíça alemã, o ministro da Comunicação, Moritz Leuenberger, tem o maior número de “amigos” virtuais. O próprio ministro também mantém um blog na rede.

Falta tempo para os “amigos”?

O estudante explica que 99% das reações que obteve foram positivas e o incentivaram a contatar diretamente os ministros ainda neste mês.

Suter espera conseguir convencer pelo menos um integrante do governo a entrar em contato com seus novos „amigos” no Facebook. Ele presume, porém, que o maior obstáculo para os atarefados políticos seja a falta de tempo.

“Eles precisam entender que não custa mais do que meia hora por semana para atualizar um perfil”, afirma.

swissinfo, Scott Capper

As redes sociais são usadas para diversas atividades, inclusive para intercâmbio comercial. Duas das redes sociais mais conhecidas são o MySpace e o Facebook.

Mundialmente, o Facebook conta com mais de 50 milhões de usuários. Na Suíça são cerca de 200 mil – 80% deles têm menos de 30 anos.

Eles usam o portal para permanecer em contato com amigos, carregar fotos, partilhar o uso de links e vídeos, bem como para obter mais informações sobre as pessoas com as quais se relacionam nesse espaço virtual.

O que o estudante de Neuchâtel fez lembra o site “Linha direta com a chanceler”, lançado em outubro de 2006, através do qual um cidadão alemão recebia, sem autorização oficial, perguntas dirigidas à chanceler federal Angela Merkel. Devido ao sucesso do site, a assessoria de imprensa do governo alemão agora responde semanalmente às três perguntas mais freqüentes.

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