Suíços da Itália defendem swissinfo
Depois dos suíços da França e da Alemanha, os suíços que vivem na Itália manifestaram-se claramente contra o desmantelamento de swissinfo.
Reunidos em Angera, às margens do Lago Maior, os representantes da comunidade suíça adotaram uma resolução que rejeita os planos da direção da Rádio e Televisão Suíça (SSR SRG Idée suisse).
O tom é realmente firme: “A Comunidade Suíça na Itália (CSI) opõe-se claramente ao projeto de desmantelamento de swissinfo/SRI”. Frente as ameaças que pairam sobre “seu veículo de comunicação”, os suíços da Itália reagiram.
Representantes dos 40 mil suíços que vivem na Itália, os 200 participantes de uma de uma reunião em Angera, norte da Itália, consideram que difusão de informações para os suíços do estrangeiro deve ser parte integrante do mandato de serviço público.
Na resolução que aprovaram, os membros da CSI sublinharam a “informação dos quase 10 mil eleitores suíços da Itália é de importância fundamental”. Essa resolução contra o desmantelamento de swissinfo é o terceiro documento desse tipo adotado por comunidades suíças no estrangeiro, nos últimos meses.
Em abril, os suíços da França – mais importante comunidade suíça no estrangeiro /170 mil pessoas) – já haviam condenado as medidas previstas. Posteriormente, os suíços da Alemanha (70 mil pessoas) fizeram o mesmo.
Uma voz discordante
Sábado em Angera, uma voz discordante surgiu durante a reunião: a do banqueiro Claudio Generali, presente como orador para falar da situação dos bancos (tema principal da reunião).
Acontece que Claudio Generali também é membro do conselho de administração da SSR SRG idée suisse, grupo do qual faz parte swissinfo.
Ele não contestou a utilidade do site internet de swissinfo para os suíços do estrangeiro e para a imagem da Suíça no exterior. Precisou, no entanto, que o desmantelamento previsto é motivado por problemas financeiros.
“Se quiserem essa presença, explicou, é o Estado que arcar com seus custos e não a SSR. Não conheço nenhum país vizinho onde o Estado não assuma esse tipo de tarefa”.
Para justificar seu plano anunciado em 21 de março, o conselho de administração da SSR SRG idée suisse sempre alegou que o desemantelamento de swsissinfo é uma conseqüência lógica da decisão do governo de cortar as subvenções desse serviço internacional no final de 2005.
Segundo os planos divulgados pelo diretor geral da SSR, Armin Walpen, só restaria uma redação de sete pessoas, em inglês, do atual portal internet em 9 línguas. Um redator em cada uma das três línguas nacionais (alemão, francês e italiano) seriam encarregados da informação aos suíços do estrangeiro nos sites regionais da SSR (Lugano, Genebra e Zurique).
Apoio do embaixador suíço em Roma
O embaixador suíço em Roma estava presente em Angera e se exprimiu contra essa idéia, apoiando a resolução adotada durante o encontro.
“É evidente que os recursos financeiros não são ilimitados, mesmo na Suíça, explicou Bruno Spinner. Mas é importatante que as línguas principais continuem a fornecer essas informações específicas aos suíços do estrangeiro e a um publico internacional”.
“Swissinfo não deve ser uma Ferrari mas esse portal deve continuar a ser um veículo de qualidade, acrescentou. É perfeitamente justificável que o contribuinte pague por esse serviço.”
Bruno Spinner disse estar convicto da obrigação da Confederação contribuir com uma parcela importante para manter swissinfo. Cabe aos políticos defini-la.
De fato, o Parlamento deverá debater o futuro de swissinfo durante a sessão de outono.
swissinfo, Mariano Masserini em Angera
40 mil cidadãos suíços vivem na Itália
Eles são 170 mil na França e quase 70 mil na Alemanha
As três comunidades aprovaram resoluções que rejeitam o desmantelamento de swissinfo
Dos 623 mil suíços do estrangeiro, quase 100 mil participam ativamente das votações federais na Suíça.
– Duas comissões importantes da Câmara dos Deputados (política externa e transportes e telecomunicações) e uma comissão do Senado (política externa) pronunciaram-se contra o plano de desmantelamento de swissinfo, anunciado em 22 de março último.
– O Conselho do Público de swissinfo/SRI também condenou a decisão e os funcionários de swissinfo lutam pela sobrevivência da empresa.
– A Associação dos Suíços do Estrangeiro (ASO) apóia swsissinfo.
– Sábado, a sociedade de rádio e televisão de Berna, Fribourg e Valais aprovou uma resolução de apoio a swissinfo.
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