“swiss made”
Começa a semana internacional das jóias e dos relógios: de 15 a 25 de abril, Genebra e Basiléia dão as honras da casa.
Suíça domina o mercado nobre da relojoaria, onde uma peça pode chegar custar até 800 mil dólares.
As letras podem ser vistas, miúdas no canto inferior do relógio de pulso – “swiss made”. Essa é a pequena diferença que enobrece o produto suíço em relação às cópias ou relógios baratos vindos do oriente.
O relógio suíço tem fãs no mundo inteiro. A indústria relojoeira suíça exporta mundialmente 86% dos relógios prontos, movimentando mais de sete bilhões de dólares, e emprega 40 mil pessoas. Três quartos dos relógios produzidos no país estão na categoria de artigos de luxo.
E nos próximos dias, Basiléia e Genebra se transformam na Meca do relógio. Na primeira, de 15 a 22 de abril, realiza-se a “Baselworld”, a Feira Internacional da Basiléia para Relógios e Jóias, a maior do gênero no mundo. Na segunda cidade, de 19 a 25 de abril, o encontro é mais reservado: o Salão Internacional da Alta Relojoaria de Genebra.
Grandes complicações
Apesar da crise econômica mundial, o mercado dos produtos de luxo continua a expandir-se. Quem ama as boas coisas da vida, não olha para o preço. Um exemplo pode ser visto em Basiléia e custa a bagatela de 800 mil dólares.
O “Sky Moon Tourbillon”, modelo 5002, é o relógio de pulso mais complicado já fabricado pela empresa Patek Philippe, uma das mais renomadas marcas suíças. Com suas 686 peças microscópicas, ele é fabricado em ouro ou platina e pertence à categoria nobre das “Grandes Complicações”.
Essa obra-prima da relojoaria pode ser usada dos dois lados: num dos visores estão funções como cronógrafos, calendário e ciclos da lua; no outro está impresso o hemisfério norte e exibe o movimento angular das estrelas e da lua. Detalhe: os dois mostram também a hora.
Porém esse não é o único modelo exclusivo encontrado nos estandes de algumas pequenos e pouco conhecidos fabricantes suíços de relógios na “Baselworld”.
O “1735 Grande Complication”, da empresa Blancpain, não sai por menos de US$ 752 mil. Um “Genghis Kahn Tourbillon”, do fabricante Ulysse Nardin, custa US$ 523 mil e o “Double Tourbillon 300”, do relojoeiro Greubel & Forsey US apenas 460 mil.
O Rolex, que goza em países como o Brasil da fama de relógio caro e exclusivo, é na verdade um primo pobre das pequenas e refinadas marcas suíças. Seu modelo mais barato, o “Air-King”, pode ser encontrado por menos de três mil dólares.
Entre Genebra e Basiléia
Basiléia e Genebra disputam a atenção do público internacional interessado em relojoaria. A explicação está na diferença de público.
A Feira Internacional da Basiléia para Relógios e Jóias reúne a maior parte dos fabricantes do mundo. Nela estão expostos não só modelos exclusivos e caros, mas também despertadores da China por menos de um dólar. Trata-se de um evento para as massas.
A feira de Genebra é como um clube fechado: apenas 16 expositores participam do Salão Internacional da Alta Relojoaria. O público presente, composto apenas por comerciantes, colecionadores e jornalistas, se dedica exclusivamente aos relógios de alto luxo.
Essas são peças únicas, onde o número de diamantes ou a quantidade do ouro e da platina empregados têm muito menos valor do que o know-how empregado na produção.
Na empresa Jaeger-LeCoultre, um pequeno fabricante de relógios finos na região do Jura suíço, a construção de cada exemplar do modelo exclusivo “Gyrotourbillon I” (US$ 292 mil) leva mais de oito meses.
O relógio, que acaba de ser lançado em Genebra, estará à disposição do consumidor somente a partir de dezembro. Apenas 75 peças serão fabricadas pela equipe de 10 pessoas, das quais duas são mestres relojoeiros.
Os profissionais são como artesãos do tempo. “Um mestre relojoeiro que trabalhe na construção desse modelo tem de ter pelo menos 25 anos de experiência”, explica Isabelle Gervais, assessora de imprensa da Jaeger-LeCoultre.
swissinfo, Alexander Thoele
Alguns dados sobre a Baselworld:
– 110 km2 de exposição;
– 2.186 expositores de 44 países;
– 80 mil visitantes, entre profissionais e público;
– 650 expositores concentrados em 27 pavilhões nacionais;
– 1.300 jornalistas credenciados.
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