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Comunidade suíça celebra em coquetel no Rio

Músicos do Ländlerkapelle Schwiizergruess. swissinfo.ch

As celebrações pelo dia 1º de agosto no Brasil já se tornaram uma tradição para os suíços, seus descendentes e amigos que residem no país. Este ano, a data nacional helvética foi lembrada em diversas cidades brasileiras.

No Rio de Janeiro, a comemoração teve uma dose extra de requinte, já que o Consulado-Geral da Suíça organizou para cerca de 200 convidados um coquetel no restaurante Casa da Suíça, considerado um dos melhores da cidade.

Colocadas lado a lado, as bandeiras da Suíça e do Brasil davam o tom de amizade reinante na festa. A culinária suíça esteve muito bem representada, com a tradicional raclete acompanhada pela não menos histórica carne-seca de Grisons. Também representando a gastronomia deste cantão, foi servida uma deliciosa sopa de cogumelos. Os garçons ainda ofereciam, para alegria dos presentes, os tradicionais vinhos Fendant e Côtes du Rhone. Entre os convidados, houve quem suspirasse de saudades da Suíça.

Apesar da nostalgia, a presença no Brasil é motivo de alegria para a comunidade suíça, como foi manifestado por diversos convidados. Empresários em sua maioria, os presentes ao coquetel falaram sobre o bom momento econômico que atravessa o Brasil e as novas possibilidades de negócios que se abrem para as empresas suíças no país.

Essa realidade faz com que a presença suíça na economia brasileira comece a se fortalecer em novos setores. Um exemplo é a empresa Diamond, que está no Brasil desde 1988 e nos últimos nos vem ganhando espaço no emergente mercado de conectividade e fibras óticas. O diretor da empresa, Mike Lütolf, falou da importância afetiva da comemoração “Na Suíça, o 1º de agosto sempre foi uma ocasião para reunir amigos e festejar. O Rio é muito grande, nós não encontramos suíços na rua, por isso esse dia é importante para estarmos juntos”, disse.

Proximidade com a cultura brasileira

Outro exemplo da chegada de empresas suíças a setores onde antes elas não estavam presentes com destaque é a RCA Hydrotech, especializada em tecnologia para localizar perdas de água, que está há três anos no Brasil. “Aqui no Rio, nem 50% da água bruta tratada chega ao consumidor. Nossa tecnologia funciona com ultra-som, e nós conseguimos localizar com precisão centimétrica os vazamentos subterrâneos sem a necessidade de quebrar muito o asfalto”, explica o diretor da empresa, Dieter Altenburger, também presente ao coquetel.

Além de algumas pessoas que estão há pouco tempo no Brasil, participaram do
coquetel outras que voltam a morar no país depois de um longo período de
ausência. Um exemplo é a brasileira Vanda Moor, que veio de Zurique e acaba
de chegar ao Rio de Janeiro: “Nosso filho está com 14 anos e nunca morou no
Brasil. Nós decidimos que seria bom para ele ter um contato mais próximo com
a cultura brasileira”, explicou Vanda, casada com o suíço Harald, que ainda
está na Suíça, mas se juntará em breve à família.

Seis mil suíços

O cônsul-geral da Suíça no Rio de Janeiro, Roland Fischer, deus às boas-vindas aos convidados: “Ao nos reunirmos hoje, estamos mantendo uma linda tradição e preservando a lembrança de uma longa e bela história iniciada em 1º de agosto de 1291 pelo nosso herói Guilherme Tell, símbolo da luta conta a tirania e pela liberdade”, disse.

Fischer lembrou que “a comunidade suíça no estrangeiro aumenta continuamente” e ressaltou que cada vez mais suíços decidem viver em países fora do continente europeu: “São quase 670 mil suíços que escolheram viver fora de nossas fronteiras, o que representa um décimo dos cidadãos de nosso país, que trazem seu saber e seus conhecimentos para os países que os acolhem”, disse o cônsul, acrescentando que na jurisdição do Consulado-Geral da Suíça no Rio de Janeiro, que abrange 21 estados brasileiros, estão registrados quase seis mil suíços.

Espírito de abertura

“O número de suíços no Brasil aumentou em pouco mais de 5% em 2007. A Suíça precisa de amigos para fazer valer a sua posição no mundo. Todos nós fazemos parte disso e representamos o espírito de abertura característico da Suíça. Nosso país também acolhe muitos estrangeiros que contribuem para a riqueza da nação. Em 2007, aumentou igualmente em praticamente 5% o números de cidadãos sul-americanos que decidiram residir na Suíça. É esse espírito de abertura que quero celebrar hoje”, disse Fischer.

O espírito suíço também esteve presente em forma de cultura. Dando um toque especial à celebração, o duo Ländlerkapelle Schwiizergruess executou diversas músicas tradicionais da Suíça. Vestidos à caráter, os músicos Fritz Méier (acordeom) e Gallus Bachmann (sopro) tocaram canções que despertaram a memória dos convidados, como as conhecidas Guete Sonntig e Rondome Säntis.

swissinfo, Maurício Thuswohl, Rio de Janeiro

Atento à movimentação dos garçons para garantir o excelente serviço oferecido durante o coquetel, o dono da Casa da Suíça, Volkmar Wendlinger, falou de sua satisfação em acolher a celebração do 1º de agosto: “Sempre temos muitos clientes suíços, residentes no Brasil ou turistas, que vêm ao nosso restaurante. É bom receber esse coquetel, não existe melhor lugar para a festa da Suíça do que a Casa da Suíça”, disse Wendlinger, que nasceu na Áustria, mas é especialista na gastronomia suíça e dirige o restaurante há 31 anos.

Localizado no bairro da Glória, na Zona Sul do Rio, o restaurante reproduz em seu interior o estilo de um chateau suíço, com decoração em madeira rústica e uma luz âmbar que torna muito agradável o ambiente. Durante o coquetel para celebrar a data nacional suíça, a cozinha se esmerou no preparo da tradicional raclete e da sopa de cogumelos, servidas no jardim interno, além de diversos, e deliciosos, canapés.

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