Suíça tem carnaval diferente
Nas regiões católicas do país, os suíços perdem nesses dias um pouco da tradicional seriedade e compostura e se permitem algumas extravagâncias.
Qualquer carnaval precisa de uma dose de excentricidade, de impertinência, e aquela vontade de esquecer tudo, afogar as mágoas e « botar pra quebrar ». Isso acontece também na Suíça, nesta época do ano.
O “grito” é às 5 da manhã
Entre os carnavais suíços, um dos melhores acontece em Lucerna – centro – o maior pólo turístico do país. Surpreendentemente, porém, o “urknall” lucernês começa às 5 da manhã. Ingrediente indispensável é a Guggenmusik – banda que quanto mais desafinada melhor. A festa tem todo um ritual e termina inevitavelmente com uma tradicional batalha de laranjas.
Passadas as emoções matinais, todo o mundo vai trabalhar. A continuação da festa fica para depois. Assim, na parte da tarde, 25 mil pessoas participaram do cortejo inaugural pelas ruas da cidade, uma das mais belas da Suíça. À noite tem mais. Entre as extravagâncias não pode faltar as salsichas típicas e as tortas de queijo, “Fasnachtskuechli” que fornecem boa dose calórica para quem deseje entrar na folia.
Excentridade
O início do carnaval é também original, para não dizer, excêntrico (para nosso gosto) em Soloturno, cidade católica a 30 km de Berna.
Na quinta-feira, fazendo jus à tradição, cerca de 1.500 pessoas vstidas de camisolas de dormir e bonés brancos pontiagudos deram início às comemorações do que chamam de “Chesslete”. Tocando sinos de vacas, uma multidão acompanhava o “oberschessler” (escrivão municipal) munido de um chicote para afugentar o inverno. A cacofonia durou uma hora. Essa festa de abertura da comemoração concluiu-se com uma suculenta sopa de farinha servida em restaurantes da cidade.
Ponto alto
Nesses dias de carnaval, festas semelhantes ocorrem nos cantões (estados) católicos do país.
Nos cantões protestantes as folias do rei Momo, sem rei Momo, acontecem mais tarde. O carnaval mais famoso na Suí4a é o de Basiléia, noroeste do país. Esse carnaval tem como uma das características próprias começar às 4 da manhã, quando se apagam as luzes da cidade.
O ponto alto é o desfile de diferentes “cliques” (grupos): todas com máscaras iluminadas, enormes, extravagantes e mesmo assustadoras convergem, ao som de pífanos e tambores, para a praça central. O alvoroço é geral na cidade para assistir ao espetáculo que termina de manhãzinha, também nos restaurantes, com uma boa sopa de farinha.
O Carnaval de Basiléia acontece dia 18.
J.Gabriel Barbosa
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