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Transportes são vantajosos apesar dos altos custos

Em 2003, o orçamento das ferrovias foi de 10 milhões Keystone

As vantagens propiciadas pelos transportes rodoviário e ferroviário ultrapassam seus custos. Pela primeira vez na Suíça, um estudo traz uma visão de conjunto dessa questão.

Realizado por duas divisões federais, essa análise confirma, segundo seus autores, o bom fundamento da política atual de transportes da Suíça.

Publicado sexta-feira (27.10) pelas Divisões Federais do Desenvolvimento Territorial (ARE) e da Estatística (OFS), estudo apresenta pela primeira vez uma visão de conjunto das vantagens, custos e financiamento dos transportes terrestres (o transporte aéreo não foi incluído) na Suíça.

A conclusão é que a rodovia e a ferrovia geram por ano um valor agregado de 52 bilhões de francos suíços, quer dizer, 12% do produto interno bruto (PIB).

Juntos, os dois sub-setores empregam 236 mil pessoas, que representam 7,8% do total de empregos do país. A contribuição das infra-estruturas de transporte ao crescimento econômico é estimada em 2,6 bilhões de francos suíços.

Uma fatura de 75 bilhões

No capítulo dos custos, a fatura total é de 65 bilhões de francos para a rodovia e 10 bilhões para a ferrovia, em 2003, ano tomado como referência para o estudo.

A compra e a exploração de veículos representa o maior item de despesas para os dois tipos de transporte (66% dos custos totais para rodovia, 53% para a ferrovia).

As despesas em segurança vêm em segundo lugar para a rodovia (16% contra 1% para a ferrovia). Para a ferrovia, p segundo item de despesas é a infra-estrutura (42% contra 11% para a rodovia).

Auto-financiamento de 90%

Mas nem a rodovia nem a ferrovia cobrem inteiramente seus custos. A taxa de cobertura ultrapassa 90% em ambos casos: 93% para a ferrovia, 92% para a rodovia.

A ferrovia chega a essa porcentagem graças aos subsídios estatais de quase 30%. As subvenções para a rodovia são 2%. Depois da taxa cobrada aos cominhões em 2005, o tráfego deles cobre praticamente a totaliadade dos custos.

Os autores do estudo concluem que a política suíça para os transportes está na boa direção e que as vantagens dos transportes são superiores aos custos, “o que não é surpreendente em uma sociedade baseada na economia de mercado”.

Transportadores rodoviários reagem …

Mesmo se esse estudo, segundo os autores, “não é um elemento determinante para as futuras decisões de investimentos nos transportes”, ele suscita reações dos caminhoneiros e dos automobilistas.

Tanto a Associação Suíça dos Transportes Rodoviários (ASTAG) como o Touring Clube Suíço (TCS), se dizem satisfeitos que o governo suíço reconheça “enfim” as vantagens dos transportes e aproveitam para lembrar sua oposição a qualquer alta de impostos ou taxas.

Para a ASTAG, é urgente “inverter a tendência” na política dos transportes, limitando rigorosamente os esforços de transferência (da rodovia para a ferrovia) aos casos indispensáveis como o “tráfego transitório pela Suíça de uma fronteira a outra”.

Os caminhoneiros também são contra qualquer alta da taxa aplicada aos caminhões.


Quanto ao TCS, a organização lembra que os usuários da ferrovia “assumem apenas dois terços dos custos, o restante sendo financiado pela coletividade”, através de subvenções. O clube automobilístico lança um apelo para um “desenvolvimento da oferta de transportes” (particulares), sem novos impostos.”

… os ecologistes também

No lado oposto, a Iniciativa dos Alpes critica o fato que esse estudo subestima, segundo ela, os custos ambientais dos transportes e lembra que a transferência de mercadorias da rodovia para a rodo via pode reduzí-los.

Para a inciativa dos Alpes, é indispensável subir a taxa aplicada aos caminhões. Essa taxa, deveria custar “no mínimo” 360 francos para um caminhão de 40 toneladas ao invés dos 325 atuais.

Greenpeace também estima que as duas divisões federais subestimaram o preço dos danos causados ao meio ambiente. Para a ONG ecologista, de nada adianta multiplicar os estudos sem ações políticas concretas. Uma das mmais urgentes seria a introdução de uma taxa CO2, para reduzir as emissões de gases poluentes.

swissinfo com agências

Nos últimos 20 anos, o tráfego de mercadorias pelo território suíço dobrou.
Em 1991, 90% das cargas eram transportadas por trem. Apesar dos esforços para promover a ferrovia, essa porcentagem caiu para 65%.
Mesmo assim, é a porcentagem mais alta da Europa.

A política suíça dos transportes tem por objetivo transferir a maior parte do tráfego de carga das estradas para as ferroviais.

O número de caminhões que transita pela Suíça deverá cair para 650 mil até 2009 (1,2 milhões em 2005). É sabido que esse objetivo não será atingido.

O ideal é o transporte combinado entre dois ou vários meios: estrada, ferrovia, avião e mar; a estrada seria utilizada apenas para o tráfego local.

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