Quem é Tutankhamon?
Há muito mistério sobre a curta vida desse faraó que exerce grande fascínio popular.
Os eruditos avançam hipóteses e tentam desvendar o quebra-cabeça.
A expressão ilustre desconhecido, no bom sentido, aplica-se perfeitamente a esse faraó de quem se sabe pouco mas que continua a fascinar as multidões.
Não se duvida, aliás, que o público vai afluir a essa exposição no Museu de Antiguidades de Basiléia, a mais importante de todas as mostras organizadas por esse Antikenmuseum, pois são esperados 500 mil visitantes no período de seis meses para essa exposição de 7 de abril a 3 de outubro de 2004.
O porquê do fascínio
Indagado sobre o motivo desse fascínio, o curador do museu, o egiptólogo suíço André Wiese, lembra que o nome do monarca está ligado a um período monoteísta inaugurado por Akhenaton, “o herege”, que Tuthankamon foi um rei-menino (tendo subido ao trono aos 9 anos), que o túmulo dele foi o único (túmulo real) encontrado intacto (até agora). E naturalmente, em função da enorme quantidade de objetos de ouro que havia na última morada do faraó…
O ouro, de fato, sempre atrai e parece ter tido significado especial para o jovem rei: é considerado inabitual nos túmulos dos faraós a quantidade de objetos de ouro como os encontrados no túmulo de Tutankhamon em 1922, quando ocorreu o que se descreve como “a mais fabulosa descoberta arqueológica de todos os tempos”.
O metal precioso, seu brilho e sua cor, podem estar relacionado o monoteísmo ligado à adoração ao Sol, uma heresia num país que cultuava muitos deuses, em particular certos animais, como o falcão, a vaca ou o hipopótamo…
A propósito, o famoso egiptólogo Christian Jacq lembra que Toutankhamon significa “símbolo vivo de Aton” (o disco solar).
Enigmas permanecem
Resta que dois faraós que sucederam a Tutankhamon procuraram eliminar seu nome da lista de monarcas da XVIII dinastia. Por quê? Isso teria algo a ver com suas crenças?
Outro ponto obscuro vem do fato de se ignorar ainda quem seja os pais do monarca. Akhénaton e sua segunda mulher, Kiya? É uma hipótese apenas, na opinião de egiptólogos.
Como explicar também que Tutankhamon tenha morrido antes dos 20 anos? Pode ser conseqüência de ser filho de pessoas consangüíneas e ter, por isso mesmo, nascido fraco. Mais uma hipóse!
Mas há cerca de 50 anos, uma radiografia da múmia do rei revelou uma intrigante mancha preta atrás do crânio. Alguns eruditos avançam, então, a hipótese de que Tuthankamon possa ter sido assassinado com um golpe na cabeça.
O certo, porém, é que o rei morreu jovem e que não existe documento provando a idade e as circunstâncias do falecimento.
Os especialistas não desesperam de aos poucos reunir as peças do quebra-cabeça.
A exposição de Basiléia e o interesse que suscita pode ajudar na tarefa de revelar quem seja o verdadeiro Tutankhamon.
swissinfo, J.Gabriel Barbosa
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