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O que diz a imprensa suíça?

Daniel Alves abraça Neymar em jogo da seleção brasileira
Neymar com Daniel Alves em tempos mais felizes. Martin Meissner/AP-Keystone

Nesta semana, de 23 a 29 de março de 2024, vasculhamos a imprensa suíça para dar uma visão geral das notícias mais importantes relacionadas ao Brasil, Portugal e África lusófona.

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A geração da vergonha do futebol brasileiro

As condenações por estupro de dois astros da seleção brasileira, Daniel Alves na Espanha e Robinho na Itália (e agora no Brasil também), foram assunto em toda a imprensa suíça. Mas o diário zuriquenho Neue Zürcher Zeitung (NZZ), um dos mais importantes do país, coloca esses casos sob o prisma do comportamento controverso de outras estrelas do futebol brasileiro da mesma geração, incluindo a estrela Neymar.

O jornal, eminentemente conservador, ressaltou que “Robinho se absteve de testemunhar nos julgamentos e foi representado apenas por um advogado. Ele se sentiu inatacável enquanto o chauvinista de direita Jair Bolsonaro governou o Brasil. Mesmo após a vitória apertada de Lula no outono de 2022, ele foi reconhecido em uma manifestação de simpatizantes de Bolsonaro contra uma suposta fraude eleitoral.

Mas o vento mudou, mesmo no Brasil. Quando as palavras de Lula o fizeram perceber a gravidade de sua situação, Robinho publicou um convoluto de supostas provas de sua inocência nas redes sociais no fim de semana. Ele enfatizou que apenas um outro dos seis supostos criminosos havia sido condenado e que os tribunais italianos nem sequer estavam interessados nos outros quatro (na verdade, seus casos foram separados porque eles não estavam disponíveis por terem deixado o país).

O NZZ conclui a matéria sem dó: “Daniel Alves, Neymar, Robinho: uma geração de jogadores de futebol brasileiros sem sucesso na Copa do Mundo há muito tempo é considerada uma vergonha em seu país de origem, mesmo fora dos gramados.”

Fonte: NZZLink externo (em alemão) 

Partido Chega ganhou as eleições na Suíça

Em Portugal, o partido populista de direita Chega fez um grande avanço nas últimas eleições: de 1,5% em 2019, subiu para 18% em março deste ano. Um notável terceiro lugar, embora muito atrás da Aliança Democrática liberal de direita (AD, 28,9%) e dos socialistas (28%).

Chega e André Ventura, seu presidente, falam muito sobre migração, Islã e minorias. Eles também criticam os movimentos LGBT e de gênero, e uma política social excessivamente generosa por parte do Estado, e prometeram apertar os parafusos da justiça e do Estado. Eles fizeram uma campanha intensa na luta contra a corrupção da elite.

Argumentos que foram amplamente convincentes na Suíça. Com 32,6% dos votos, Chega está claramente na pole position aqui. É o único país da Europa, junto com Luxemburgo, onde ficou em primeiro lugar entre os portugueses no exterior. E é o país onde o partido obteve seu melhor resultado. Até mesmo o Brasil, que também é de língua portuguesa e fortemente influenciado por Bolsonaro, apresenta um teto de 24,6%.

Fonte: WatsonLink externo (em francês) 

As agruras de Bolsonaro, o golpista

Os diferentes processos judiciais enfrentados pelo ex-presidente brasileiro também foram destaque na imprensa suíça esta semana.

O diário francófono Le Matin dedicou uma matéria aos esforços de Bolsonaro em energizar sua base em meio a série de acusações. “Ele viajou por todo o Brasil e foi recebido como um herói por seus apoiadores, mesmo sendo inelegível e suspeito de envolvimento em um golpe planejado: mais ameaçado do que nunca, Jair Bolsonaro não admite a derrota.”

Outros veículos também reiteraram a tentativa de golpe do ex-presidente junto com outros altos oficiais das forças armadas. “No início de 2023, apoiadores de Jair Bolsonaro invadiram a sede do governo na capital brasileira, Brasília. Agora há novas investigações contra Bolsonaro: ele supostamente queria capitalizar a situação e preparou um golpe com seu vice-presidente designado [o general Braga Neto).”

O furo do New York Times, relatando que Bolsonaro passou duas noites na embaixada da Hundria em Brasília, logo após entregar seu passaporte às autoridades também repercutiu na Suíça: “O ex-presidente brasileiro passou a noite na embaixada da Hungria em fevereiro. Especula-se que isso tenha sido feito para evitar uma possível prisão – Bolsonaro nega.”

Fonte: WatsonLink externo (em alemão), Le Matin Link externo(em francês), e do novo o WatsonLink externo (em alemão).

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Publicaremos nossa próxima revista da imprensa suíça em 22 de março. Enquanto isso, tenha um bom fim de semana e boa leitura!

Até a próxima semana!

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