Cantões se opõem à proibição de filmar ações da polícia por cidadãos

A contenção de pessoas pode fazer parte do trabalho policial. Alguns policiais acham que as filmagens de prisões feitas por cidadãos podem deturpá-las. Keystone / Carlo Reguzzi

Os cantões suíços se manifestaram contra a ideia de uma proibição geral de filmagens públicas do trabalho da polícia, desejada por algumas forças da ordem.

A polícia diz que está sendo deturpada por filmagens feitas por membros do público de suas ações. Algumas vozes, principalmente a da polícia da cidade da Basileia, estão pedindo restrições à divulgação de conteúdo de vídeo. Há também movimentos dentro do Partido Popular Suíço (direita populista) para levar a ideia ao parlamento.

Mas os comandantes das polícias cantonais veem as coisas de forma diferente, informa a emissora pública suíça SRFLink externo. “Somos da opinião de que uma proibição geral de filmar ou fotografar a polícia em serviço não é viável e não é concebível em um Estado constitucional liberal”, disse Adrian Gaugler, porta-voz da Conferência dos Comandantes da Polícia Cantonal, à SRF na quinta-feira. “A polícia não precisa se esconder quando faz seu trabalho em público.”

A Conferência dos Diretores Cantonais de Justiça e Polícia também rejeita a proibição de filmagens. “A polícia tem o monopólio do uso da força em espaços públicos e deve estar sujeita a um certo grau de controle por parte da população”, disse a copresidente Karin Kayser-Fritschi. “Uma proibição geral também poderia prejudicar a imagem e a credibilidade do trabalho da polícia.”

Tanto os comandantes da polícia cantonal quanto os diretores da polícia veem as câmeras corporais para a polícia como uma forma de obter fatos precisos sobre as operações. Os corpos de polícia de vários cantões estão planejando introduzir essas câmeras.

As polícias de todo o mundo estão sendo cada vez mais filmadas por smartphones e outros dispositivos durante prisões ou ao realizar o controle de multidões. Em alguns países, as evidências em vídeo levaram a distúrbios civis e à tomada de medidas contra os policiais. Entretanto, há reclamações entre os policiais de que alguns vídeos são editados para destacar a força usada pela polícia, enquanto informações contextuais importantes podem ser deixadas de fora.