Homem é preso por contrabandear 23 imigrantes para a Suíça

O homem da Gâmbia foi detido pela polícia no cantão de Nidwalden Keystone / Urs Flueeler

Um contrabandista de pessoas recebeu uma sentença de prisão parcial e uma multa suspensa pelo Tribunal Cantonal de Nidwalden. O gambiano de 27 anos havia levado 23 pessoas da Itália para a Suíça em um furgão.

Na quinta-feira, o tribunal considerou o acusado culpado de privação de liberdade e violação da Lei de Estrangeiros. Ele foi sentenciado a 36 meses de prisão, metade dos quais com pena condicional de dois anos. Além disso, ele recebeu uma multa condicional de CHF 1.200 (US$ 1.340).

O homem, que vive na Itália, também foi banido da Suíça por dez anos. Ele aceitou as acusações e a alegação da promotoria, de modo que o julgamento pôde ser conduzido em um processo sumário. O veredito é definitivo.

O homem havia dirigido um furgão da Itália para a Suíça em setembro de 2022. Ele cruzou a fronteira em Stabio, cantão do Ticino, às 4h20. Duas horas e meia depois, ele foi parado em Hergiswil, cantão de Nidwalden, na Suíça central. A polícia havia encontrado uma “agulha em um palheiro” na luta contra os traficantes, disse a promotora ao tribunal.

A polícia libertou 23 homens do Afeganistão, Síria, Índia e Bangladesh, sem documentos de identidade válidos, de um espaço fechado de 5,4 metros quadrados, que não tinha janelas nem ventilação. O plano era levá-los para a Basileia e entregá-los a outro contrabandista para que seguissem viagem para a Alemanha ou França.

Os homens tinham entre 20 e 50 anos de idade e estavam visivelmente debilitados, disse a promotora. De acordo com os migrantes, eles tentaram abrir a porta e remover a borracha de vedação devido à falta de oxigênio. Os homens também tentaram fazer com que o motorista parasse, batendo e gritando, mas ele não reagiu.

O juiz perguntou ao acusado se ele estava ciente de que isso poderia ter terminado em um desastre. Ele explicou que não sabia que pessoas poderiam ter morrido. Ele também não sabia quantas pessoas estava transportando. Explicou que não reagiu às batidas e aos gritos porque estava ouvindo música com fones de ouvido e havia sido instruído por seus empregadores a não parar.

‘Precisava do dinheiro’

De acordo com a acusação, essa não foi a primeira experiência de contrabando de pessoas do gambiano. Ele já havia feito oito viagens da Itália para a Basileia em agosto, mas com um carro de passeio no qual transportava de três a quatro imigrantes.

De acordo com o advogado de defesa, o acusado recebeu de 100 a 200 euros (CHF98 a CHF195) pelas viagens. Ele precisava urgentemente do dinheiro porque um de seus dois filhos estava com uma doença crônica.

A promotora também admitiu que o acusado era apenas uma pequena engrenagem na organização e que havia assumido um grande risco por pouco dinheiro. No entanto, não se tratava de um delito menor, disse.